Quando estiveres à bica de maldizer as provações que a Terra te ofereça por lições beneméritas, pensa na estagnação em que se nos erigiria o caminho, se não houvesse a mudança, que tantas vezes se nos expressa à custa de sofrimento.
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Se a semente não aceitasse a solidão, no claustro da gleba, flor e fruto não surgiriam no enriquecimento da vida.
Se a fonte recusasse passar por sobre lodo e pedra, o campo estaria reduzido à esterilidade.
Se a lâmpada se negasse a suportar a carga de força que gradativamente a consome, não se faria luz dissolvendo as trevas.
Se a criança não se desenvolvesse, transformando-se em adulto, a ingenuidade jamais daria lugar à experiência.
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Assim em todos os distritos da edificação e do sentimento. Se a cultura não crescesse, não haveria progresso.
Se a teoria não avançasse para a realização, nunca passaria de um montão de palavras.
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Transposição, atrito, provas e desafios são condições de melhoria e aperfeiçoamento, ajuste e elevação. À vista disso, aceitemos em paz as tribulações que a existência nos imponha.
Se lutas e empeços, conflitos e lágrimas não nos visitassem os corações, nosso espírito se deteria gradeado na ilusão e na insipiência, ensombrado de ignorância e primitivismo.
Agradeçamos os obstáculos que nos chegam em forma de alteração ou mudança, quebrando-nos a inércia e renovando-nos a vida.
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Recordemos a águia nascitura.
Não fosse o rompimento do invólucro que a constringe, não desenvolveria as próprias asas para ganhar as alturas.
Não existisse o sofrimento que nos estilhaça a crosta da personalidade egoística, não encontraríamos caminho para elevar-nos à felicidade da vida eterna.
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