I – Revisão
Aprendemos que o chamado mundo espiritual possui diversas dimensões vibratórias, formando diversos planos de existência.
Estudamos que o Mundo Espiritual não é exatamente espiritual, na medida em que a trindade universal é composta de Deus (criador), Espírito (ser inteligente da criação) e Matéria (instrumento de evolução do espírito). Nesse sentido, o que não é Deus e Espírito, é Matéria.
Vimos que o Espírito pensa de forma incessante e sua mente, com a emissão de vibrações originadas pelo pensamento, dá origem à formação de um corpo mental (campo mental); que elabora o corpo espiritual (perispírito) a ser utilizado nas infinitas dimensões vibratórias; por fim, o corpo espiritual irá formar o corpo físico.
Aprendemos que a oração possui a aptidão para elevar nossa vibração mental, colocando-nos em sintonia com a espiritualidade maior e, também, serve para a higienização de nossas mentes e corpos espirituais, sendo o principal remédio para o vampirismo.
II – Das Reuniões Mediúnicas
Para todos aqueles que participam de reuniões mediúnicas, o estudo do livro “Missionários da Luz” é de cunho obrigatório.
Isso porque, como veremos, no livro são descritas algumas reuniões mediúnicas, ajudando a entender como devemos nos portar e o que costuma ocorrer na outra dimensão vibratória.
De outro lado, para aqueles que estudam, mas não participam das reuniões, é interessante para conhecer e entender como funciona.
Antes de iniciarmos o estudo do que foi dito nos livros de André Luiz, precisamos esclarecer alguns pontos.
Primeiro, rapidamente, precisamos entender o que é médium.
É o intermediário (daí a palavra “médium”, que em latim significa o que se coloca no meio) entre dois ou mais planos de existência (Livro dos Médiuns, A.K., Cap. XIV, item 159).
E mediunidade é a capacidade (qualidade) que o médium tem de perceber coisas, pessoas e fatos que ocorrem numa outra dimensão vibratória (percepção extrasensorial = ESP).
Essa faculdade é inerente ao ser humano.
Atuamos mediunicamente sempre que temos contato com o plano vibratório em que estagiam espíritos desencarnados, seja ativamente (desdobramentos, vidências, clarividências, audiências), seja passivamente (psicofonia, psicografia, psipictoriografia, intuições, pressentimentos, preconições, etc) – fato que ocorre diuturnamente com todos os encarnados = é uma faculdade natural do ser humano, como a de ver, ouvir, falar, tatear, etc, ou seja, todo ser humano é médium naturalmente.
Kardec divide os médiuns em “involuntários” (ou espontâneos) e “facultativos” (que educam a faculdade e a ela se dedicam voluntariamente.
Em regra, participam das mesas mediúnicas os médiuns ditos facultativos, que educam a mediunidade e a exercitam ativamente, por isso alguns os chamam de “médiuns ativos”. Porém, como todo pensamento emite vibrações, aqueles que querem doar seu tempo e suas energias para outrem, podem participar também das mesas mediúnicas mesmo sem ter desenvolvido qualquer mediunidade ostensiva, sendo conhecidos como médiuns de sustentação, no sentido que ajudam no equilíbrio do grupo, com doação de energias e vibrações positivas.
Em regra, o exercício da mediunidade acaba se tornando um fator a mais para o desenvolvimento moral do médium, porque, ele, mais do que ninguém, recebe a influência dos espíritos desencarnados, precisando manter seu padrão vibratório elevado.
Importante esclarecer, ainda, que não existe no Espiritismo a chamada “mesa branca”, tratando-se de denominação utilizada no século passado, no Brasil, por espíritas iniciantes para distinguir o movimento de outras religiões espiritualistas e que não possuem ligações com o Espiritismo de Allan Kardec.
Por fim, atualmente, o objetivo de uma reunião mediúnica é o atendimento fraternal espiritual.
Nesse sentido, por meio da reunião mediúnica, rezamos, emitindo boas vibrações para aqueles que precisam recebê-las. Além disso, caso haja um irmão desencarnado que precisa de alguma espécie de ajuda, ele é trazido na reunião pelos espíritos guias da casa de oração, para que seja esclarecido de sua condição e receba o tratamento adequado.
Demandaria muito tempo de explicação e veremos isso mais para frente, mas guardemos apenas a informação de que este procedimento é necessário porque muitos espíritos desencarnados ainda não sabem que mudaram de dimensão vibratória e suas mentes não conseguem nem mesmo abrir-se para a realidade em que se encontram, não conseguindo ver os espíritos guias que estão em uma composição vibracional diferente.
Assim, pelos médiuns na reunião, a pessoa desencarnada é esclarecida e, também pela doação de energia, costuma se recompor e torna-se apta a receber o socorro espiritual, sendo levada para algum hospital no Mundo Espiritual.
Vamos começar a analisar algumas passagens:
“Reparei que fios luminosos dividiam os assistentes da região espiritual em turmas diferentes. (…). Em torno das zonas de acesso, postavam-se corpos de guarda, e compreendi, pelo vozerio do exterior, que, também ali, a entrada dos desencarnados obedecia a controle significativo.”
Assim, vemos que existe uma grande organização na outra dimensão vibratória conhecida como “Mundo Espiritual”.
Nada acontece ao acaso, pois o trabalho dos amigos espirituais é incessante. Se há uma manifestação de algum espírito é porque foi determinado.
Vejamos esta passagem:
“Estamos diante do psicógrafo comum. Antes do trabalho a que se submete, neste momento, nossos auxiliares já lhe prepararam as possibilidades para que não se lhe perturbe a saúde física”.
“Transmitir mensagens de uma esfera para outra, no serviço de edificação humana, demanda esforço, boa vontade, cooperação e propósito consistente. É natural que o treinamento e a colaboração espontânea do médium facilitem o trabalho; entretanto, de qualquer modo, o serviço não é automático… Requer muita compreensão, oportunidade e consciência”.
“Acredita que o intermediário possa improvisar o estado receptivo? De nenhum modo. A sua preparação espiritual deve ser incessante. Qualquer incidente pode perturbar-lhe o aparelhamento sensível, como pedrada que interrompe o trabalho da válvula receptora”.
E a explicação continua:
“Muito antes da reunião que se efetua, o servidor já foi objeto de nossa atenção especial, para que os pensamentos grosseiros não lhe pesem no campo íntimo. Foi convenientemente ambientado e, ao sentar-se aqui, foi assistido por vários operadores de nosso plano”
Olhemos a advertência dita por Alexandre, mentor de André Luiz:
“É muito lenta e difícil a transição, entre a animalidade grosseira e a espiritualidade superior. Nesse sentido, há sempre, entre os homens, um oceano de palavras e algumas gotas de ação”.
Sobre o desenvolvimento da mediunidade, Alexandre e André Luiz analisam um grupo que busca desenvolver a faculdade mediúnica:
“Alguns pretendem a psicografia, outros tentam a mediunidade de incorporação. Acreditam no mecanismo absoluto da realização e esperam o progresso eventual e problemático, esquecidos de que toda edificação da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança”.
“Para subir, espírito algum dispensará o esforço de si mesmo, no aprimoramento íntimo”.
E fazem a seguinte advertência:
“Sem a preparação necessária, a excursão dos que provocam o ingresso no reino invisível é, quase sempre, uma viagem nos círculos de sombra”.
E eles começaram a analisar alguns dos participantes da reunião mediúnica, quando André Luiz descobriu o que era o chamado vampirismo.
O espírito desencarnado, na busca por sensações de ordem inferior, se afeiçoa a determina pessoa encarnada que possui afinidade vibracional com ele e, a partir daí, passa a conviver com a pessoa.
Durante este convívio, costuma induzi-la a fazer suas vontades, principalmente no que é ligado ao vício.
Pessoa viciada ao sexo grosseiro, pornográfico: “Fiquei estupefato. As glândulas geradoras emitiam fraquíssima luminosidade, que parecia abafada por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. (…). as mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epidídimo, onde absorviam, famélicas, os embriões da vida orgânica. Estava assombrado. Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Pareciam imantados uns aos outros, na mesma faina de destruição”.
Outra pessoa, agora viciada nas bebidas alcoólicas: “Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figuras horripilantes postavam-se, vorazes, ao longo da veia porta, lutando desesperadamente com os elementos sanguíneos mais novos. Toda a estrutura do órgão se mantinha alterada”.
Por fim, pessoa viciada aos excessos da alimentação: “Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se muitos parasitas conhecidos, mas, além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias (…). Semelhantes parasitas atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição”.
São casos de pessoas que cometem excessos durante a vida terrena, permanecendo em várias espécies de vícios.
Pois bem, os vícios terrenos alteram a vibração mental do indivíduo.
Com a alteração e desequilíbrio da mente, o corpo espiritual mantém-se em vibração densa, e, nos centros energéticos mais desequilibrados (a depender do vício), surgem as larvas, que se alimentam desta energia desprendida pela vibração doentia contínua.
Aí porque o mentor de André Luiz adverte:
“A maioria dos candidatos ao desenvolvimento mediúnico não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo”.
“Os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas.”
Interessante a observação do mentor de André Luiz:
“Não somos duas raças antagônicas ou dois grandes exércitos, rigorosamente separados através das linhas da vida e da morte, e, sim, a grande e infinita comunidade dos vivos, tão somente diferenciados uns dos outros pelos impositivos de vibração”.
“Os elétrons e fótons que vos constituem a vestimenta física integram, igualmente, os nossos veículos de manifestação, em outras características vibratórias”.
É importante desmistificar a relação entre as dimensões, ou seja, na comunicação com o chamado “Mundo Espiritual”.
Não existe espírito de Fulano, existe fulano em outra dimensão vibratória.
Vejamos esta passagem interessante:
“O facho esplendoroso do raciocínio clareia o santuário de vossas consciências, o sublime vos convida ao “mais além”, irmãos mais velhos vos convocam ao convívio do Pai; no entanto, buscais demorar voluntariamente na fauna da irracionalidade primitiva”.
“A morte física surpreende as criaturas na atitude que cultivaram. Modificam-se os planos de vibração, mas a essência espiritual é sempre a mesma. Daí o emaranhado de manifestações inferiores nas esferas mediúnicas de vossas atividades”.
Voltando para análise das reuniões mediúnicas, em determinada reunião, André Luiz observa que os participantes, ao invés de se concentrarem para emitir vibrações positivas, ficavam realizando pedidos de manifestações e isso atrapalhava a harmonia da reunião.
“Notando a perturbação vibratória do ambiente, em vista da atitude desaconselhável dos companheiros encarnados, disse Calimério ao controlador mediúnico: Alencar, é necessário extinguir o conflito de vibrações. Nossos amigos ignoram ainda como auxiliar-nos, harmonicamente, através das emissões mentais. É mais razoável se abstenham de concentração por agora. Diga-lhes que cantem ou façam música de outra natureza. Procure distrair-lhes a atenção deseducada”.
Vemos que é importante durante a reunião mediúnica manter uma concentração com o pensamento elevado, vibrando sempre sentimento de amor, para manter a harmonia do ambiente.
Não deve o participante ficar irritado ou pedindo manifestações. É necessário harmonia mental.
É preciso confiar que existe um complexo trabalho na outra dimensão e que as manifestações irão ocorrer naturalmente e da melhor forma possível.
Nesse sentido, devemos sempre entender que o trabalho é realizado, mesmo que para a gente não apareça. Exemplo, em alguma reunião mediúnica é possível que não haja nenhuma manifestação ou apenas uma, mas, o trabalho na outra dimensão vibratória é incessante, utilizando das energias dos encarnados presentes na reunião.
Vamos concluindo com a mensagem de que a reunião mediúnica não possui a finalidade de entreter, de fazer show ou simplesmente para se comunicar com pessoas falecidas.
Ela possui o caráter principal de socorro fraternal, seja dos irmãos desencarnados que ainda se encontram em situação não favorecida, seja de irmãos encarnados que estão sofrendo alguma espécie de obsessão, ou, ainda, para vibrar energias positivas para aqueles que precisam delas.
E que todos os que desejam desenvolver sua faculdade mediúnica deve, necessariamente, se esforçar para fazer uma efetiva reforma íntima, para estar em harmonia com os amigos espirituais superiores.
III – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes
Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.
Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazer durante a semana são:
1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;
1.1 – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);
1.2 – Indignar-se com serenidade e razoabilidade.
1.3 – Exercitar a indulgência (capacidade de compreender e não divulgar defeitos alheios).
2 – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente as claramente necessitadas);
2.1 – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo.
2.2 – Participar de algum programa de caridade.
3 – meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir.
4 – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar.
5 – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana.
6 – Perseverar.
7 – Estabelecer um hábito angular e exercitar ao máximo o autocontrole dos atos cotidianos.
Hoje, o que vamos propor deriva do item 1 (“Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia”). Devemos todos: evitar queixar-se da vida.
Parece algo simples de fazer ou então sem grande importância. Porém, quando nos queixamos da vida estamos entrando em quadro negativo de harmonia mental.
Isso inclui:
a) Não ficar reclamando do trabalho, da família, dos encargos diários;
b) Analisar os fatos sempre positivamente;
c) Não ficar falando para os outros dos seus problemas diários;
d) Não ficar de mau humor;
e) Resignar-se com as dificuldades naturais da vida, incluindo suas provas e obstáculos;
f) Não alimentar pensamentos depressivos.
Ora, conforme exaustivamente estudado ao longo das palestras, sabemos que todo pensamento emite vibrações e, por óbvio, aquele que se queixa da vida em todos os sentidos, está emitindo vibrações densas e mantendo seu padrão vibratório baixo, entrando, assim, em sintonia com espíritos inferiores.
Lembremos que, ao entrarmos em sintonia com espíritos inferiores, passamos a uma permuta de vibrações e sugestões infelizes, agravando nosso estado mental.
Se você já se encontra triste por algum motivo e, ao invés de rezar, ter fé em Deus, ter resignação, começa a alimentar este sentimento ruim dentro de você, entrando em total desarmonia mental, os espíritos inferiores se aproveitarão dessa oportunidade para agravar o ânimo ruim que você está aceitando.
É necessário, primeiro, evitar sempre queixar-se da vida e alimentar sentimentos ruins relacionados ao negativismo.
Em segundo plano, caso, mesmo assim, por algum fato da vida, esta espécie de sentimento venha atacar nosso íntimo, precisamos harmonizar nossa mente a fim de mantermos com o padrão vibratório alto. Para isso, é necessário orar, ter fé em Deus e resignação, aceitando que as dificuldades e obstáculos são naturais de qualquer vida, sendo que, somente por eles, conseguiremos evoluir.
Sócrates afirmava: “Se todos os nossos infortúnios fossem colocados juntos e, posteriormente, repartidos em partes iguais por cada um de nós, ficaríamos muito felizes se pudéssemos ter apenas, de novo, só os nossos”.
Todos, sem exceção, passam por dificuldades. Cabe a cada um aceitar as suas com naturalidade, resignação e sem alterar sua harmonia mental.
Não são raras mensagens de espíritos superiores nesse sentido, vejamos algumas de André Luiz:
“Cesse todas as queixas ou procure reduzi-las ao mínimo”.
“Compreendamos que não podemos louvar as dificuldades que nos rodeiem, mas é imperioso reconhecer que, sem elas, eternizaríamos paixões, enganos, desequilíbrios e desacertos, motivo pelo qual será justo interpretá-las por chaves libertadoras, que funcionam em nosso Espírito, a fim de que nosso Espírito mude”. (Meditações Diárias).
“Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa dominá-las de todo”.
Algumas questões suscitadas por André Luiz no livro “Sinal Verde”:
“Irritação ou amargura, algum dia, terão rendido paz ou felicidade para você?”
“Quem mais lhe atrai na convivência com o próximo: a carranca negativa ou o sorriso de animação?”
“Você acredita que alguém pode achar a felicidade admitindo-se infeliz?”
E nesse sentido existem diversas mensagens da espiritualidade superior, sempre preocupada a nos orientar para cultivar hábitos saudáveis mentalmente, o que reflete diretamente em nossos corpos espiritual e físico.
Alimentar queixas diárias ou sentimentos depressivos, manter-se em mau humor e olhar as coisas negativamente, fazem com que sua mente emita vibrações densas que ajudam a adoecer seu corpo espiritual e físico, além de atrair a influencia de espíritos inferiores e afastar a boa orientação dos espíritos anjos da guarda.
Então, vamos todos, a partir de hoje, eliminar ou reduzir ao mínimo nossas queixas diárias e começar a ver o mundo com otimismo e bom humor!
2 Comentários
Adorei a matéria.
estou todos os dias tentando manter bons pensamentos, e quando algum pensamento mal se aproxima, trato logo de expulsa-lo de minha vida.
Temos que nos habituarmos a uma leitura otimista, diariamente, qual homeopatia salutar para o seu Espírito.
O livro espírita é o precioso e discreto amigo para as necessidades do dia-a-dia.
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