I – Revisão
Aprendemos que o chamado mundo espiritual possui diversas dimensões vibratórias, formando diversos planos de existência, assim como é o nosso atual.
Estudamos que o Mundo Espiritual não é exatamente espiritual, na medida em que a trindade universal é composta de Deus, Espírito e Matéria. Nesse sentido, o que não é Deus (criador) e Espírito (inteligente), é Matéria.
Vimos que o Espírito pensa de forma incessante e sua mente, com a emissão de vibrações originadas pelo pensamento, dá origem à formação de um corpo mental (campo mental); que elabora o corpo espiritual (perispírito) a ser utilizado nas infinitas dimensões vibratórias.
Analisamos na semana passada que os espíritos desencarnados em desequilíbrio e ainda ligados às vibrações densas dos vícios terrenos, procuram pessoas encarnadas que alimentam vícios e que estejam em sintonia vibracional para acompanhá-las.
Aprendemos que os vícios alteram a nossa vibração mental e, consequentemente, a composição vibracional de nossos corpos espirituais (perispírito), tornando-os mais densos e que disso resulta o surgimento de espécies de larvas nos pontos de energia desequilibrados correspondentes ao vício mantido (sexual, alimentação, bebidas, drogas, etc).
Por fim, aprendemos que a oração possui aptidão para elevar nossa vibração mental, colocando-nos em sintonia com a espiritualidade superior e, também, serve para a higienização de nossas mentes e corpos espirituais, sendo o principal remédio para evitar o vampirismo.
II – Alimentação
É certo comer carne animal?
Com certeza um dos temas mais polêmicos no movimento espírita é sobre a alimentação pela carne animal.
Muitos defendem que não é errado, outros que é…
André Luiz, no livro “Missionários da Luz”, logo no início, fala sobre a alimentação pela carne animal. Então, hoje, vamos estudar um pouquinho disso para chegarmos à nossa conclusão.
O primeiro ponto a ser analisado é a questão 723 do Livro dos Espíritos:
“723 – A alimentação animal, entre os homens, é contrária à lei natural?
Resposta: Na vossa constituição física a carne nutre a carne, de outra maneira o homem enfraquece. A lei de conservação dá ao homem um dever de entreter as suas forças e sua saúde para cumprir a lei do trabalho. Ele deve, pois, se alimentar, segundo o exige a sua organização.”
Este é o principal fundamento para aqueles que defendem a alimentação animal como algo normal e correto.
Junto com esta questão muitos afirmam que até mesmo Jesus Cristo se alimentou de peixes, sendo, então, correta a alimentação pela carne animal.
Vejamos.
O Espiritismo é uma doutrina de tríplice aspecto (filosófico, científico e moral/religioso), cujo aspecto religioso funda-se numa FÉ RACIOCINADA (razão), ou seja, estimula o raciocínio e o livre-pensamento.
Assim, não podemos pegar uma questão respondida em 1850 e segui-la cega e simplesmente, tal como o fazem fanáticos religiosos com costumes e preceitos dados em eras passadas.
A razão e o raciocínio lógico devem sempre imperar.
Vamos analisar todo o tema.
A citada questão encontra-se no capítulo sobre a “Lei de Conservação” e as perguntas foram feitas por volta de 1850.
Pois bem, primeiro, é necessário compreender que em 1850 a realidade social era totalmente diferente, não existiam profissões como “nutricionista” ou uma faculdade de engenharia de alimentos, etc.
Apenas para ilustrar o que estamos narrando, o primeiro curso de nutrição e o primeiro curso de engenharia de alimentos no Brasil foram criados em 1967 (fonte: Google).
Com o desenvolvimento da tecnologia, dos estudos sobre a fisiologia do corpo humano e das formas de nutrição, houve diversas descobertas de novos alimentos que suprem as necessidades de nosso corpo físico.
Assim, vemos que quando os Espíritos responderam a pergunta, por volta de 1850, realmente a carne animal (aqui incluído carne vermelha e branca) era fundamental na nossa alimentação.
Nesse passo, a Lei da Conservação nos autorizava claramente a ingerir carne animal para manter a saúde física de nosso organismo, tanto que o próprio Jesus Cristo se alimentou de peixes.
Esse é o primeiro ponto que precisamos ter em mente: a variedade de alimentos que proporcionam a correta nutrição e conservação de nossos corpos físicos, hoje, torna possível largamos a alimentação animal, o que era impossível ou quase impossível por volta de 1850, o que dirá no ano 0… sendo este o motivo de o porque Jesus Cristo se alimentou de peixes.
Outro ponto que devemos meditar é que, na outra dimensão vibratória, nas chamadas colônias de transição, como “Nosso Lar”, a alimentação assume realmente feição apenas de nutrição necessária ao corpo e somente isso, conquanto mantendo o aspecto reconfortante.
Não deixa de ser fonte de prazer, mas tem a função primordial de ser nutrição do corpo.
Nesse sentido, Sócrates já afirmava: “Não vivemos para comer, mas comemos para viver”.
Ora, se a colônia “Nosso Lar” é evoluída do que aqui e sabemos que ainda lá estamos nas faixas vibratórias do umbral, ou seja, que não é uma dimensão vibratória celestial, não há como negar que a alimentação precisa assumir o caráter de nutrição.
E, como sabemos, a mente é TUDO.
Assim, se você mantém o hábito de se alimentar de carne animal, você mantém sua mente viciada nesta espécie de alimentação e mais, a própria alimentação em si é carregada de vibrações densas, porque deriva da morte de outro ser vivo e aqui chegamos ao terceiro ponto que precisamos analisar.
No livro “Missionários da Luz”, após o assombro de André Luiz no que diz respeito ao fenômeno do vampirismo e da forma de alimentação destes espíritos que vampirizam os encarnados, temos as seguintes passagens que merecem nossa atenção (fls. 38 e seguintes):
“Porque tamanha estranheza? E nós outros, quando nas esferas da carne? Nossas mesas não se mantinham a custa das vísceras dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos proteicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos.”
“Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progressos e valores educativos, para melhor atenderem a Obra do Pai, dilatávamos os requintes de exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência”.
“Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente”.
“Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidades e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte”.
“Esquecíamos-nos de que o aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade Terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado”.
“Os seres necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis”.
“(…) incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão”.
E finaliza afirmando:
“Se não protegemos nem educamos aqueles que o Pai nos confiou, como germens frágeis de racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusamos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar?”
Durante a palestra semana passada, após a explicação sobre as larvas e espíritos vampirizados, um dos colegas colaboradores do Núcleo Espírita afirmou “então é um parasita se alimentando de outro parasita”.
Pois bem, analisando este quadro exposto no livro “Missionários da Luz”, podemos perguntar: não seríamos também parasitas?
Após esta análise, podemos sim, concluir que o fim da alimentação animal é a natural evolução do ser humano.
Porém, é necessário discernimento para entender que esta alimentação perdura em nossos hábitos há milênios, nossas mentes, nossos corpos espirituais e físicos estão condicionados a esta espécie de nutrição, sendo natural e necessário para alguns a passagem por uma fase de transição.
Vale dizer, devemos aos poucos diminuir a alimentação pela carne animal, até que estejamos aptos a viver sem ela.
Vejamos o que Chico Xavier explica ao ser questionado sobre o assunto no programa “pinga fogo”:
http://www.youtube.com/watch?v=FPggWpys3CI
Pelo vídeo, de 1972, vemos que Chico Xavier explica que para muitos ainda é necessária a alimentação pela carne animal. Vemos, também, que ele afirma a necessidade de procurar um médico para auxiliar na nutrição, caso queria parar de comer carne animal.
Mas, novamente, precisamos entender que este vídeo é de 1972, ou seja, em 40 anos muito mudou e hoje, seguramente, com a ajuda de um profissional do ramo de nutrição e fisiologia é possível largamos ou diminuirmos a alimentação animal.
Assim, vamos concluir o estudo com a certeza de que a evolução é realmente largarmos a alimentação animal, cabendo a cada um estabelecer metas de como fazer isso, para esta vida ou para próximas, sabendo que toda perda de tempo é “perda”, como o próprio nome já diz…
O livre arbítrio está aí para ser usado, mas tenhamos consciência de que a dádiva da Vida é aproveitá-la em todos os aspectos e em tempo integral para evolução de nossa mente, com mudanças de hábitos, até daqueles socialmente aceitos e considerados dentro da normalidade.
III – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes
Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.
Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazer durante a semana são:
1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;
1.1 – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);
1.2 – Indignar-se com serenidade e razoabilidade.
1.3 – Exercitar a indulgência (capacidade de não divulgar defeitos alheios).
2 – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente para as claramente necessitadas);
2.1 – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo.
2.2 – Participar de algum programa de caridade.
3 – meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir.
4 – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar.
5 – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana.
6 – Perseverar na tentativa de mudanças de hábitos.
Hoje, vamos nos propor aos seguintes exercícios mentais: “estabelecer um hábito angular” e “acionar o autocontrole”.
Primeiro, o que é um hábito angular?
Hábito anular é o chamado “hábito alavanca”.
Trata-se de um hábito que você decide adquirir e ele ativa sua mente para uma nova fase da vida, alterando outros hábitos.
Lembremos: nossa mente é nosso guia.
Precisamos aprender a discipliná-la e só iremos conseguir isso com o autocontrole de nossos atos.
Uma pessoa descontrolada entra em evidente desarmonia mental, o que, como sabemos, reflete em seu campo mental, corpo espiritual e corpo físico.
Precisamos, em nossa vida cotidiana, manter nosso “alerta ligado” para acionarmos o autocontrole.
Isso porque, em razão de nossos hábitos, nossa mente está acostumada e condicionada a diversas práticas. Assim, não raras vezes, praticamos atos sem meditar a respeito, ou seja, muitos hábitos nossos são mantidos automaticamente, de forma condicionada.
Estudos americanos revelados no livro “O Poder do Hábito” afirmam que 40% de nossas decisões diárias são tomadas sem o mínimo raciocínio, ou seja, de forma automática.
Assim, nem mesmo nos preocupamos em fazer a mudança efetiva de hábitos, porque não pensamos a respeito.
É necessário deixar a mente alerta e exercitar o autocontrole.
Para que isso dê certo, precisamos de uma estratégia que “ligue” nossa mente e nos deixem atentos.
Por isso, todos devemos estabelecer um “hábito angular”.
Aqui é importante que seja uma mudança efetiva, algo concreto, que implicará em real mudança, obviamente benéfica, como largar o cigarro, não beber mais cerveja, não comer mais carne vermelha, etc.
Esta proposta de mudança acionará sua mente para a importância de mudar, mantendo-a alerta, estimulando o raciocínio para outros hábitos que também buscamos mudar, facilitando nosso “auto controle”.
Isso referente à alimentação, à bebida, ao desequilíbrio emocional e todas as mazelas que possam atingir nossa harmonia mental.
Precisamos pensar e controlar nossos impulsos.
Quando conseguimos ficar alertar para aquilo que queremos mudar e acionamos o “autocontrole”, resistindo ao antigo hábito, a sensação de vitória é maravilhosa.
Até porque, conforme explica André Luiz (Mecanismos da Mediunidade, fls. 94/95):
“Temos plenamente evidenciada a autossugestão, encorajando essa ou aquela ligação, esse ou aquele hábito, demonstrando a necessidade de autopoliciamento em todos os interesses de nossa vida mental”.
“O discernimento deve ser, assim, usado por nós outros à feição de leme que a razão não pode esquecer à matroca (à deriva, abandonado), de vez que se a vida física está cercada de correntes eletrônicas por todos os lados, a vida espiritual, da mesma sorte, jaz imersa em largo oceano de correntes mentais e, dentro delas, é imprescindível saibamos procurar a companhia dos espíritos nobres, capazes de auxiliar a nossa sustentação no bem, para que o bem, como aplicação das Leis de Deus, nos eleve à vida superior”.
E está dito no Evangelho Segundo Espiritismo:
“Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória” (fl. 180).
Necessitamos exercitar o autocontrole de nossos impulsos, muitos deles ligados à nossa animalidade e que nos deixam em sintonia com espíritos de inferioridade moral, afastando-nos da boa influência dos espíritos de luz.
Com “autopoliciamento” e “autocontrole” de nossos hábitos, durante nossa vida cotidiana, vamos conseguir alterar nossa vibração mental, melhorando nossos hábitos.
Assim, os exercícios mentais para a semana são: escolher um “hábito angular” e exercitar ao máximo o “Autocontrole”!
6 Comentários
Obrigado por sempre disponibilizar a apresentação na web. Invariavelmente este é o único jeito de acompanhar todas as lições já que fico fora de Marília sempre 1 semana por mês.
Passei teu site para dois amigos de Campinas e sei que estão também acompanhado, logo não desanimes por que o trabalho de “esclarecimento” é de “formiguinha” mesmo! Abração!
Olá Alex!
Eu que agradeço a participação! Vamos estudando juntos e sempre!
Abraços,
Breno.
Muito obrigada pelo esclarecimento,foi muito útil,porque uma vez uma pessoa me disse que eu estava errada na minha opinião a respeito do vegetarismo devido ao que leu de Karde no livro dos espíritos,tentei argumentar que fora escrito há mais de um século,mas,de nada adiantou.Respeito quem ainda não aceita ou não conseguiu se livrar desse hábito,eu de minha parte já tirei a carne vermelha há alguns anos e estou pouco a pouco tentando deixar de consumir as brancas tb.,mas,infelizmente,economicamente é muito mais barato ser carnivoro e isso até agora tem sido um dos principais empecilhos,mas,consumo o menos que posso e um dia sei que conseguirei me sustentar somente de frutas,vegetais,grãos,legumes,etc.Obrigada pelo texto tão oportuno.
Sem dúvidas, isso mesmo Helenice.
Deixar de comer carne é um fato da evolução.
Cabe a cada um de nós começar esta transição!
Eu também já larguei a carne vermelha, mas ainda não consegui largar a carne branca!
Abraços,
Breno.
maravilha adoro ler leio muito oque vc posta obrigada muita paz
Olá Benedita! Obrigado pelo carinho.
Continue acompanhando os estudos e ajude na divulgação do site, fazemos apenas por amor à doutrina!
abraços!
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