I – Revisão
Aprendemos que o chamado “Mundo Espiritual” é, na verdade, uma dimensão vibratória diferente da nossa, a qual é formada por infinitas faixas vibratórias.
Estudamos que em nosso próprio Planeta existem inúmeras faixas vibratórias, com inúmeros planos de existência, desde o núcleo do Planeta até a atmosfera, como se fossem camadas de uma cebola.
Vimos que a faixa vibratória mais sutil de nosso Planeta é habitada por pessoas que receberam o nome de “Imortais” no sentido de que não precisam mais encarnar no atual estágio de evolução da Humanidade, mas, mesmo assim, costumam nascer de novo na Crosta da Terra para ajudar na evolução do Planeta (em média, retornar a vida física a cada 700 anos).
De outro lado, aprendemos que existem seres que permanecem renitentes no caminho do Mal há milênios, habitam as faixas vibratórias mais densas do Planeta e são conhecidos pelo nome de “Dragões”. Mas, como visto, não são nada além de pessoas e que um dia voltarão a evoluir como todos.
Semana passada, vimos que um grupo formado por Andre Luiz, Gúbio e Elói, recebeu uma missão de Matilde, espírito mais evoluído que habita esferas sutis de nosso planeta. A missão é socorrer Margarida, filha de Gúbio em outra reencarnação e providenciar um encontra entre Gregório e Matilde, mãe e filho.
Gregório foi filho de Matilde e permaneceu muito séculos no caminho do mal, sendo o chefe da falange de espíritos inferiores que atacavam Margarida.
Terminamos o estudo, com o grupo de André Luiz, após adensarem seus corpos, na entrada da colônia localizada na faixa vibratória abismal.
II – A Colônia
Durante o caminho para entrar na cidade, André Luiz perguntou se havia governo estabelecido.
E Gúbio respondeu (p. 31, capítulo 4, livro Libertação):
“— Como não? Qual ocorre na esfera carnal, a direção, neste domínio, é concedida pelos Poderes Superiores, a título precário. Na atualidade, este grande empório de padecimentos regeneratívos permanece dirigido por um sátrapa de inqualificável impiedade, que aliciou para si próprio o pomposo título de Grande Juiz, assistido por assessores políticos e religiosos tão frios e perversos quanto ele mesmo.”
André, assustado, perguntou como Deus permitia tal absurdo.
“Gúbio: — Pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila uma nação humana quando, desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de si mesma, para que aprenda a integrar-se na ordem eterna que preside à vida universal. (…) se o Senhor visita os homens pelos homens que se santificam, corrige igualmente as criaturas por intermédio das criaturas que se endurecem.”
Ao entrar na cidade, Gúbio asseverou (p. 31):
“— Em qualquer constrangimento íntimo, não nos esqueçamos da prece. É, de ora em diante, o único recurso de que dispomos a fim de mobilizar nossas reservas mentais superiores, em nossas necessidades de reabastecimento psíquico. Qualquer precipitação pode arrojar-nos a estados primitivistas, lançando-nos em nivel inferior, análogo ao dos espíritos infelizes que desejamos auxiliar. Tenhamos calma e energia, doçura e resistência, de ânimo voltado para o Cristo.”
E começaram a andar pelas ruas da cidade, que era muito suja, tomada por pessoas com rostos amargurados, tristes, depressivos, raivosos. Muitos deles, mutilados, demonstrando grande desequilíbrio mental.
Lembremos que o corpo espiritual é moldado pelo campo mental/corpo mental. Aqueles que se encontram mutilados é porque assim se veem, sua mente assim projeta.
André Luiz, espantado com a visão de tantas pessoas em estado deplorável, pergunta ao mentor sobre a hipótese de ajuda-los.
Gúbio explica que a pessoa, em qualquer parte, move-se no centro das criações mentais que desenvolveu ao longo dos anos. Assim, não é possível arrebatar entidade, levando-a para esfera superior, se ela própria ainda não sabe desejar isso.
Para entender a explicação de Gúbio, basta pensar em nós mesmos: queremos largar nossos vícios para viver numa esfera superior? A picanha suculenta, a cerveja gelada, o materialismo reinante (consumismo cada vez maior), dentre tanto outros vícios que ainda não sabemos largar em busca de uma vida muito melhor em esferas mais sutis.
Gúbio, explica muito das entidades que ali povoam a cidade, ainda vivem num estágio entre a animalidade e o ser humano (p. 33, capítulo 4, Libertação):
“(…) Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a idéia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão (…).”
Percorrendo a cidade, André Luiz notou que a ociosidade era regra, todos permaneciam parados, sem desenvolver qualquer espécie de trabalho ou estudo (p. 34):
Gúbio: “Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, (…). Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto.”
André Luiz nota que não há crianças na cidade (explicaremos o que ocorre com as crianças após o desencarne no livro ‘Entre o Céu e a Terra).
Após muito caminhar, chegaram em determinado bairro da cidade, totalmente diferente dos demais. Vejamos a descrição de André Luiz (p. 34/35):
“Subimos, dificilmente, a rua íngreme e, em pequeno planalto, que se nos descortinou aos olhos espantadiços, a paisagem alterou-se.
Palácios estranhos surgiam imponentes, revestidos de claridade abraseada, semelhante à auréola do aço incandescente.
Praças bem cuidadas, cheias de povo, ostentavam carros soberbos, puxados por escravos e animais.
(…)
Liteiras (espécie de cadeira) e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate exercia domínio, acentuando a dureza dos rostos que emergiam dos singulares indumentos.
Respeitável edifício destacava-se diante de uma fortaleza, com todos os característicos de um templo, e o orientador confirmou-me as impressões, asseverando que a casa se destinava a espetaculoso culto externo.”
Enquanto observavam as edificantes, foram interpelados por homem de aparência desagradável, mas a maneira de policial (p. 35:).
“— Que fazem?
Gúbio: — Procuramos o sacerdote Gregório, a quem estamos recomendados.
O estranho pôs-se à frente, determinou lhe acompanhássemos as passadas, em silêncio, e guiou-nos a um casarão de feio aspecto.”
Nisso, apareceu Gregório, que fictamente Gúbio, iniciou o diálogo (p. 35/36):
Gregório: — Vieram da Crosta, há muito tempo?
Gúbio: — Sim, e temos necessidade de auxilio.
Gregório: — Já foram examinados?
Gúbio: — Não.
Gregório: — E quem os enviou? — inquiriu o sacerdote, sob visível perturbação.
Gúbio: — Certa mensageira de nome Matilde
O anfitrião estremeceu, mas observou, implacável:
Gregório: — Não sei quem seja. Todavia, podem entrar. Tenho serviços nos mistérios e não posso ouvi-los agora. Amanhã, porém, ao anoitecer, serão levados aos setores de seleção, antes de admitidos ao meu serviço.”
Conduzidos por entidade desagradável, André Luiz, Gúbio e Elói foram encaminhados para espécie de cela escura, onde deveriam aguardar até o dia seguinte.
III – O Exame e o Julgamento
No dia seguinte, foram encaminhados para local onde seria realizado uma espécie de exame de cada um deles, a fim de autorizar o contato direto com os sacerdotes.
Havia uma multidão a ser examinada.
E o instrutor do local explica (p. 36, capítulo 5):
— Presenciamos uma cerimônia semanal dos juízes implacáveis que vivem sediados aqui. A operação seletiva realiza-se com base nas irradiações de cada um. Os guardas que vemos em trabalho de escolha, compondo grupos diversos, são técnicos especializados na identificação de males numerosos, através das cores que caracterizam o halo dos Espíritos Ignorantes, perversos e desequilibrados. A divisão para facilitar o serviço judiciário é, por isto mesmo, das mais completas.”
Aproveitando que as entidades subordinadas a Gregório saíram de perto, André Luiz perguntou a Gúbio se aquelas pessoas haviam sido constrangida a estarem ali ou se chegaram por espontânea vontade.
Gúbio explicou que muitas vieram pela atração vibracional, procurando o local onde possuía afinidade vibracional, mas que muitas haviam sido sim trazidas após o desencarne, com a ressalva de isso ocorrer pela sintonia vibracional com entidades inferiores ao longo da vida.
Observando as pessoas, André Luiz permaneceu calado, aguardando novas ordens, até que o silêncio foi rompido (p. 37, capítulo 5):
“— Os magistrados! os magistrados! Lugar! lugar para os sacerdotes da justiça!”
Após diversos rituais, um dos magistrados dirigiu-se à multidão (p. 38, capítulo 5):
— “Nem lágrimas, nem lamentos.
(…)
Nossa função é a de selecionar delinquentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos.
Seguidores do vício e do crime, tremei!”
André Luiz reparou que a multidão estava hipnotizada, tremendo de medo e angústia.
E Gúbio ressaltou para André (p. 38, capítulo 5):
— O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo, não obstante usar, como vemos, a verdade contundente”.
E após mais algumas palavras fortes, a multidão se pôs a chorar, pedindo perdão.
Foi então que André Luiz (p. 39):
“(…) vendo por minha vez aquele grande grupo de espíritos rebelados e humilhados, orgulhosos e vencidos, lastimando amargamente as oportunidades perdidas, recordei meus velhos caminhos de ilusão e — porque não dizer? — ajoelhei-me também, compungido, implorando piedade em silêncio”.
E iniciou o julgamento de uma mulher, determinando que ela comparecesse em frente aos magistrados.
Sobre a influência magnética do magistrado, rapidamente confessou seus crimes (p. 39):
“— Matei quatro filhinhos inocentes e tenros… e combinei o assassínio de meu intolerável esposo… O crime, porém, é um monstro vivo. Perseguiu-me, enquanto me demorei no corpo…”
Semana que vem veremos como termina este julgamento e também o que ocorreu com o grupo de André Luiz que passa por exame logo após.
V – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes
Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.
Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazermos durante a semana são:
1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;
1.1 – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);
1.2 – Indignar-se com serenidade e razoabilidade;
1.3 – Exercitar a indulgência (capacidade de compreender e não divulgar defeitos alheios);
1.4 – Não se queixar da vida, evitar reclamações diárias e negativismos/evitar pessimismo;
1.5 – Não criticar o próximo, não julgar;
1.6 – Não se ofender (compreender o outro);
2 – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente para pessoas claramente necessitadas);
2.1 – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo;
2.2 – Participar de algum programa de caridade;
2.3 – Cultivar o otimismo sempre;
2.4 – Cultivar a tolerância com as diferenças e erros alheios;
3 – meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir;
4 – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar;
5 – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana;
6 – Perseverar;
7 – Estabelecer um hábito angular (hábito novo em sua vida, como deixar de ingerir alcoólicos, iniciar prática de exercícios, largar o cigarro, etc) e exercitar ao máximo o autocontrole dos atos cotidianos;
8 – Ser discreto (adotar a discrição sobre nossas vidas particulares);
9 – analisar criticamente os estímulos recebidos, seja de nosso inconsciente, seja de espíritos.
10 – Zelar pela saúde do corpo físico.
“estabelecer um hábito angular” e “acionar o autocontrole”.
Primeiro, o que é um hábito angular?
Hábito angular é o chamado “hábito alavanca”.
Trata-se de um hábito que você decide adquirir e ele ativa sua mente para uma nova fase da vida, alterando outros hábitos.
Lembremos: nossa mente é nosso guia.
Precisamos aprender a discipliná-la e só iremos conseguir isso com o autocontrole de nossos atos.
Uma pessoa descontrolada entra em evidente desarmonia mental, o que, como sabemos, reflete em seu campo mental, corpo espiritual e corpo físico.
Precisamos, em nossa vida cotidiana, manter nosso “alerta ligado” para acionarmos o autocontrole.
Isso porque, em razão de nossos hábitos, nossa mente está acostumada e condicionada a diversas práticas. Assim, não raras vezes, praticamos atos sem meditar a respeito, ou seja, muitos de nossos hábitos são mantidos automaticamente, de forma condicionada.
Estudos americanos revelados no livro “O Poder do Hábito” afirmam que 40% de nossas decisões diárias são tomadas sem o mínimo raciocínio, ou seja, de forma automática.
É necessário deixar a mente alerta e exercitar o autocontrole.
Para que isso dê certo, precisamos de uma estratégia que “ligue” nossa mente e nos deixem atentos.
Por isso, todos devemos estabelecer um “hábito angular”.
Aqui é importante que seja uma mudança efetiva, algo concreto, que implicará em real mudança, obviamente benéfica, como largar o cigarro, não beber mais cerveja, não comer mais carne vermelha, etc.
Esta proposta de mudança acionará sua mente para a importância de mudar, mantendo-a alerta, estimulando o raciocínio para outros hábitos que também buscamos mudar, facilitando nosso “auto controle”.
Isso referente à alimentação, à bebida, ao desequilíbrio emocional e todas as mazelas que possam atingir nossa harmonia mental.
Precisamos pensar e controlar nossos impulsos.
Quando conseguimos ficar alertar para aquilo que queremos mudar e acionamos o “autocontrole”, resistindo ao antigo hábito, a sensação de vitória é maravilhosa.
Até porque, conforme explica André Luiz (Mecanismos da Mediunidade, fls. 94/95):
“Temos plenamente evidenciada a autossugestão, encorajando essa ou aquela ligação, esse ou aquele hábito, demonstrando a necessidade de autopoliciamento em todos os interesses de nossa vida mental”.
“O discernimento deve ser, assim, usado por nós outros à feição de leme que a razão não pode esquecer à matroca (à deriva, abandonado), de vez que se a vida física está cercada de correntes eletrônicas por todos os lados, a vida espiritual, da mesma sorte, jaz imersa em largo oceano de correntes mentais e, dentro delas, é imprescindível saibamos procurar a companhia dos espíritos nobres, capazes de auxiliar a nossa sustentação no bem, para que o bem, como aplicação das Leis de Deus, nos eleve à vida superior”.
E está dito no Evangelho Segundo Espiritismo:
“Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória” (fl. 180).
Necessitamos exercitar o autocontrole de nossos impulsos, muitos deles ligados à nossa animalidade e que nos deixam em sintonia com espíritos de inferioridade moral, afastando-nos da boa influência dos espíritos de luz.
Com “autopoliciamento” e “autocontrole” de nossos hábitos, durante nossa vida cotidiana, vamos conseguir alterar nossa vibração mental, melhorando nossos hábitos.
Assim, os exercícios mentais para a semana, somados a todos os outros já vistos, são: escolher um “hábito angular” e exercitar ao máximo o “Autocontrole”!
Mensagem de Encerramento:
2 Comentários
quero agradecer, estava precisando muito desta leitura e orientação, preciso ter hábitos angulares, pois tenho um vício enorme… Obrigado…
nossa foi muito bom ver e ouvir vou fazer de tudo para ter um autro comtrole sobre meus vicios
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