Seção: Palestras

Livro: Entre a Terra e o Céu – Parte II – O Drama de Júlio

I – Revisão

Estudamos que o pensamento possui forças mentais coagulantes, que ajudam a materializar o desejo que alimentamos em nosso íntimo.

Aprendemos que a oração refratada ocorre quando as vibrações têm a sua direção desviada, atingindo outras esferas.

Na história do livro, vimos que uma oração refratada de Evelina atingiu as esferas do Nosso Lar, e Clarêncio, junto com André Luiz e Hilário, foram atender o pedido de socorro.

Na casa de Evelina encontraram sua madrasta, Zulmira, sendo obsediada pela mãe de Evelina, Odila, que havia desencarnado há tempos.

Entendemos que o quadro de obsessão era possível porque havia grande sintonia entre Zulmira e Odila, causado pelo enorme remorso mantido por Zulmira em razão de ter alimentando em seu íntimo o desejo de ver o pequeno Júlio morto e o fato realmente ter ocorrido.

Júlio era filho de Amaro e Odila, tendo se afogado quando Zulmira desejava que isso ocorresse, tendo agido, inclusive, com negligência ao deixar a pequena criança entrar no mar sem companhia.

Vimos que Júlio desencarnou daquela forma porque foi suicida em outra vida e precisava resgatar parte das dívidas resultantes.

Terminamos o estudo da semana passada, com a ida de Clarêncio, André Luiz e Hilário para a casa de Dona Antonina, jovem mãe que também havia perdido um filho e que naquela noite, desdobrada, seria levada para visitá-lo na instituição que Júlio também estava. Na casa de Dona Antonina, André Luiz e Hilário encontraram um velhinho desencarnado que afirmou, na última vida, ter sido traído pela mulher e amigo, tendo-o matado motivado por vingança.

II – A História do Velhinho

André Luiz e Hilário ainda estavam na casa de Antonina, aguardando a volta de Clarêncio que havia ido buscar outra mãe desdobrada que também iria para a instituição visitar seu filho desencarnado. Assim, André Luiz e Hilário continuaram a conversa com o velhinho que ali estava.

Ele narrou que após o desencarne passou a sentir a presença do amigo em seu íntimo e não conseguiu tranquilidade. Restou refugiar-se ali, naquela casa. Antonina era sua neta.

Segundo o velhinho, era a única pessoa que lembrava dele com amor e carinho.

Começou a narrar o que havia acontecido com ele durante a Guerra do Paraguai e lembrou-se do amigo infiel, Esteves.

Clarêncio chegou, entendeu o que estava aconteceu, acalmou o velhinho, colocou a mão em sua cabeça e descobriu um pouco mais da história dele.

O nome do velhinho era Leonardo Pires.

Clarêncio volta até as lembranças dele no dia da tragédia. Visualiza o dia dos acontecimentos.

Lembremos, a mente tudo registra.

Leonardo Pires namorava uma senhora desquitada, que havia abandonado o marido e dois filhos, tendo descoberto que seu amigo, o enfermeiro José Esteves, também tinha se tornado amante dela.

Leonardo, fingindo não conhecer a situação, convidou Esteves para jantar, ministrando veneno fatal no vinho do amigo infiel.

Leonardo, após livrar-se de qualquer acusação em razão da guerra e necessidade do exercício militar continuar seguindo sem grandes problemas, permaneceu ainda algum tempo com a mulher infiel. Mas, quando terminou a guerra, abandonou-a e voltou para o Brasil, onde se casou.

Em razão da culpa que carregava por matar o amigo infiel, criou em sua própria mente o personagem a lhe perseguir.

Nisso Antonina, desdobrada, comparece à sala e Leonardo começou implorar ajuda. Antonina, com carinho, garante que vai ajudá-lo. Mas Clarêncio explica que há compromisso assumido para aquela noite e que outro dia voltariam para prestar assistência.

III – Viagem à Instituição – Esquecimento do passado

Durante o deslocamento até a instituição onde Júlio e outras crianças estão residindo, algumas conversas surgiram no grupo. As mães desdobradas experimentavam a alegria da consciência livre da matéria densa e Clarêncio ressaltou a importância da vida física no atual estágio das nossas consciências (p. 67/68):

 “(…). A Terra, em sua velha expressão física, não é senão energia condensada em época imemorial, agitada e transformada pelo trabalho incessante, e nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus da escada evolutiva, aprimoramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço.”

(…)

 “(…). Somos filhos da eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e só pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o real objetivo de nosso marcha!”.

Aqui Clarêncio explica a importância de entendermos que a escola da vida física é importante para desenvolvermos nossas aptidões mentais, morais e intelectuais, preparando-nos para a Vida Maior, o que seria nosso objetivo.

Além disso, ele traz interessante explicação sobre a razão de ainda não possuirmos memória integral de nossas vidas passadas. Vejamos (p. 68):

“ (…). Assim como as fibras do cérebro são as últimas a consolidarem no veículo físico em que encarnamos na Terra, a memória perfeita é o derradeiro altar que instalamos, em definitivo, no templo de nossa alma, que, no Planeta, ainda se encontra em fases iniciais de desenvolvimento. E é por isso que nossas recordações são fragmentárias… Todavia, de existência a existência, de ascensão em ascensão, nossa memória gradativamente converte-se em visão imperecível, a serviço de nosso espírito imortal”.

Tal fato fisiológico é de suma importância em nosso estágio moral. Afinal, conforme ressalta Clarêncio, “Retomar o contato com os melhores (pessoas, amigos, obs. nossa), seria recuperar igualmente os piores e, indiscutivelmente, não possuímos até agora o amor equilibrado e puro, que se consagra aos desígnios superiores, sem paixão. Ainda não sabemos querer sem desprezar, amparar sem dessevir. Nossa afetividade, por enquanto, padece deploráveis inclinações. Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. A Lei é sábia.”.

E termina ressaltando que, não obstante o esquecimento transitório, o Espírito, a mente, tudo registra, armazenando todos os passos de nossa jornada e viabilizando a ascensão pelo esforço pessoal.

IV – A Instituição

Após certo tempo, chegaram na instituição onde Júlio e outras crianças residiam, ou seja, espíritos que desencarnaram ainda na infância da vida física.

André Luiz ficou encantando com o local. Tudo era muito lindo, havia melodia no ar e delicadas vibrações.

“Aqui e ali, sob tufos de vegetação verde-clara, muitas senhoras sustentavam lindas crianças nos braços”. (p. 71).

Local havia cerca de 2 mil crianças residindo. Existiam escolas e até cursos com alfabetização.

Foram recebidos por um instrutor que explicou (p. 71):

“É o Lar da Bênção. Nesta hora, muitas irmãs da Terra chegam em visita a filhinhos desencarnados. Temos aqui importante colônia educativa, misto de escola de mães e domicílio dos pequeninos que regressam da esfera carnal”.

Antonina e a outra companheira foram ao encontro de seus filhos que corriam pelo jardim.

Logo foram informados que o pequeno Júlio ainda estava doente e não conseguia conviver com as crianças.

Blandina, responsável por Júlio, explicou que ele estava recebendo todos os cuidados necessários, mas que possuía muitos desequilíbrios mentais.

Blandina lamentava a ausência de Odila, que conseguiria acalmar Júlio.

Chegaram até onde Júlio estava e ele clamou ajuda, reclamando de muitas dores na garganta.

Clarêncio examinou o pequeno Júlio e observou que sua garganta, internamente, possuía extensa chaga.

O ministro aplicou passes magnéticos que melhorou um pouco a dor da criança.

Após, em outro cômodo da casa de Blandina, Clarêncio explicou que Júlio, em outra vida, envolveu-se em compromissos graves. Primeiro, ingeriu grande quantidade de corrosivo, mas foi salvo, não desencarnou e perdeu a voz. Depois, ainda alimentando ideias de se matar (como se houvesse morte e fosse possível morrer), Júlio se jogou em forte correnteza de um rio e veio a desencarnar, permanecendo vivo, mas separado do corpo físico.

Após o desligamento do corpo físico, Júlio passou a habitar regiões densas do umbral, até que voltou a reencarnar entre as pessoas com quem possuía ligações do passado.

Com o desencarne por afogamento, resgatou parte de suas dívidas, mas não o suficiente para encontrar equilíbrio mental, o que repercutia no seu (então) atual corpo espiritual.

Após a explicação, Clarêncio acentuou (p. 77):

“Há poucos instantes, comentávamos a sublimidade da Lei. Ninguém pode trair-lhe os princípios. A Bondade Divina nos assiste, de múltiplas maneiras, amparando-nos o reajustamento, mas em todos os lugares viveremos jungidos às consequências dos próprios atos, de vez que somos herdeiros de nossas próprias obras”.

IV – Crianças Desencarnadas

Hilário pergunta se a criança desencarnada pode voltar à forma de adulto logo após a morte física.

Blandina explicou que isso depende do grau de evolução da criança desencarnada. No geral, em nosso estágio, a maioria ainda não consegue. Isso porque a mente é quem comanda a formação do corpo espiritual. Apenas aquelas pessoas que já possuem amplos controles sob a matéria extrafísica conseguirão realizar o procedimento.

Vejamos a explicação de Blandina (p. 83):

“(…) quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva, assumindo o comando mental de si mesmo, adquire o poder de facilmente desprender-se das imposições da forma, superando as dificuldades da desencarnação prematura. Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a respectiva apresentação que lhes era costumeira. Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnam, o caminho não é o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do autogoverno.”

Explicou ainda que é necessário atendimento especial para as consciências que desencarnam na infância física: “é por esse motivo que não podemos prescindir dos períodos de recuperação para quem se afasta do veículo físico, na fase infantil, de vez que, depois do conflito biológico da reencarnação ou da desencarnação, para quantos se acham nos primeiros degraus da conquista do poder mental, o tempo deve funcionar como elemento indispensável de restauração”.

Blandina ressalta que o desencarne de uma criança sempre é muito triste para os encarnados, mas sem as reparações no plano físico não há o reajustamento do Espírito que é ser Eterno.

Após algum tempo, voltaram para casa de Antonina, que despertou feliz com a lembrança do encontro com seu filho amado.

Clarêncio explicou que uma das funções do esquecimento parcial destas espécies de encontro é fazer com que a saudade não se torne lesiva para ambos.

Deixaram Antonina e voltaram para a sala, onde permanecia Leonardo, o velhinho desencarnado.

Encontraram Leonardo dormindo profundamente e Clarêncio explicou que o corpo espiritual de Leonardo era tão denso quanto um corpo físico, inclusive com todas as necessidades iguais.

“Conforme a vida de nossa mente, assim vive nosso corpo espiritual. Nosso amigo entregou-se, demasiado, às criações interiores do tédio, ódio, desencanto, aflição e condensou semelhantes forças em si mesmo, coagulando-as, desse modo, no veículo que lhe serve às manifestações. Daí, esse aspecto escuro e pastoso que apresenta. Nossas obras ficam conosco. Somos herdeiros de nós mesmos.” (p. 100).

V – A História de Leonardo

Iniciaram o socorro a Leonardo. Clarêncio aplicou passes magnéticos e acessou novamente os registros mentais do velhinho.

Em razão da regressão, o corpo espiritual de Leonardo rejuvenesceu. Clarêncio explicou que o corpo espiritual é por excelência vibrátil, respondendo às ordens da mente.

Vejamos a explicação de Clarêncio para o fenômeno (p. 107):

“(…). Em nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exteriorizam aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do perispírito giram em mais alto padrão vibratório, com movimentos mais intensivos que as moléculas do corpo carnal. A consciência, por fulcro anímico, expressa-se, desse modo, na matéria sutil com poderes plásticos mais avançados”.

Leonardo, agora jovem novamente, sentindo-se revigorado, clamou por Lola, a namorada infiel.

“Lola! Lola! Estás aqui? Sinto-te a presença…. Onde te ocultas? Ouve-me, ouve-me!”

Quem apareceu?

Dona Antonina desdobrada!

Dona Antonina era Lola em outra vida. Assim, foi ela quem abandonou o marido, deixando-o sozinho com filhos e começou a namorar com Leonardo Pires, mas envolveu-se com o enfermeiro José Esteves, traindo Leonardo. No fim de sua última vida física, foi abandonada por Leonardo, vindo a falecer sozinha.

Na ocasião narrada pelo livro, é mãe de três filhos e foi abandonada pelo marido.

E iniciou-se a conversa entre Leonardo e Antonina/Lola. Ela explicou que após o desencarne passou a vagar pela Crosta Terrestre até encontrar a família de Leonardo, que ainda estava encarnado, sendo que passou a conviver no ambiente familiar, vindo a encarnar como neta dele.

Leonardo afirmava, com ódio, que Esteves ainda o perseguia e passou a evocá-lo (p. 116):

“Esteves, homem ou diabo, onde estiveres, em mim ou fora de mim, corporifica-te e vem! Estou pronto! Acertemos a diferença! Vítima ou carrasco, aparece! Que meu pensamento te encontre e te traga! Que as forças do nosso destino nos reúna, enfim, corpo a corpo!”

“André Luiz: Alguns instantes decorreram, quando fomos surpreendidos pela entrada de novo personagem na sala”.

Quem é esse personagem? O que acontecerá?

Semana que vem veremos isso e muito mais a respeito desta complexa história!

VI – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes

Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.

Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazermos durante a semana são:

1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;

1.1           – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);

1.2           – Indignar-se com serenidade e razoabilidade;

1.3           – Exercitar a indulgência (capacidade de compreender e não divulgar defeitos alheios);

1.4           – Não se queixar da vida, evitar reclamações diárias e negativismos/evitar pessimismo;

1.5           – Não criticar o próximo, não julgar;

1.6           – Não se ofender (compreender o outro);

2        – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente para pessoas claramente necessitadas);

2.1           – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo;

2.2           – Participar de algum programa de caridade;

2.3           – Cultivar o otimismo sempre;

2.4           – Cultivar a tolerância com as diferenças e erros alheios;

3        – Meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir;

4        – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar;

5        – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana;

6        – Perseverar;

7        – Estabelecer um hábito angular (hábito novo em sua vida, como deixar de ingerir alcoólicos, iniciar prática de exercícios, largar o cigarro, etc) e exercitar ao máximo o autocontrole dos atos cotidianos;

8        – Ser discreto (adotar a discrição sobre nossas vidas particulares);

9        – Analisar criticamente os estímulos recebidos, seja de nosso inconsciente, seja de espíritos.

10     – Zelar pela saúde do corpo físico.

Mensagem de Encerramento:

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1 Comentário

vinia rosa { 7 de março de 2014 às 3:05 }

muito boa essas aulas e que Deus nos ajude a colocar em pratica.

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