Seção: Palestras

Estudo sobre a Desencarnação – Parte II

I – Revisão

Estudamos que a mente em vibração dá origem ao “corpo mental”, envoltório mais sutil do espírito (ser em si).

 

Este campo ou corpo mental, feito do fluído cósmico universal (matéria) do plano de existência em que está o espírito, modela e dá origem ao corpo espiritual (perispírito ou veículo físico daquela dimensão).

 

Vimos que, para ingressar em nossa dimensão vibratória e nela permanecer continuamente, por ser constituída de matéria densa (ondas vibratórias mais alongadas), é necessária a elaboração do corpo físico.

 

E, semana passada, aprendemos que, formando o elo entre o corpo espiritual e o corpo físico, há energia vital (própria de nossa dimensão) que animaliza o corpo físico e esta energia está representada no chamado corpo “duplo etérico”.

 

Assim, temos:

 

Mente è Corpo mental è corpo espiritual (períspirito/psicossoma/corpo astral) è duplo etérico è corpo físico.

 

Aprendemos que existe uma ligação entre o corpo espiritual e o corpo físico, chamada de “cordão de prata”, localizada na cabeça e que se rompe apenas quando do desencarne.

Por fim, relembramos que falecimento ou desencarne é apenas mudança de dimensão vibratória e não morte. Nesse sentido, não existe mortos e vivos, mas tão somente vivos habitando os infinitos planos de existência com a matéria em infinitas composições vibracionais.

 

Dessa forma, quem desencarna, apenas parte antes de nós, voltando para a dimensão vibratória dita como principal e conhecida por nós como “Mundo Espiritual”.

 

 

II – Desencarnação de Dimas

André Luiz, no livro “Obreiros da Vida Eterna”, narra a sua participação em uma expedição de socorro para auxiliar algumas pessoas que iriam desencarnar, ou seja, para ajudá-los a fazerem a transição entre as dimensões vibratórias.

 

André Luiz perguntou ao seu mentor se todos que desencarnam recebiam esta espécie de ajuda.

 

Foi-lhe explicado que, assim como já estudamos na reencarnação, regra geral, somente terá ajuda específica aqueles que possuem mérito. Do contrário, seguirá a lei geral que rege o universo, recebendo ajuda da Espiritualidade Superior, mas não um tratamento específico. Vejamos (p. 173, 28ª edição):

 

“(…). Reencarnações e desencarnações, de modo geral, obedecem simplesmente à lei. Há princípios biogenéticos orientando o mundo das formas vivas ao ensejo do renascimento físico, e princípios transformadores que presidem aos fenômenos da morte, em obediência aos ciclos da energia vital, em todos os setores da manifestação. Nos múltiplos círculos evolutivos, há trabalhadores para a generalidade, segundo sábios desígnios do Eterno; entretanto, assim como existem cooperadores que se esforçam mais intensamente nas edificações do progresso humano, há missões de ordem particular para atender-lhes as necessidades”.

 

Portanto, assim como na reencarnação, somente receberá ajuda especial quem possui méritos para tanto. Do contrário, não estará abandonado, mas seguirá a regra geral das leis que regem o universo, onde há assistência da espiritualidade superior, mas sem intercessão individual e específica.

 

Vamos analisar o caso de Dimas.

 

Dimas era espírita, médium, cuja reencarnação foi programada na colônia “Nosso Lar”. Sofria de cirrose hepática. Frequentemente recebia a visita de amigos espirituais de luz.

 

Quando a equipe de André Luiz chegou na casa de Dimas, ele se desdobrou e conversou com eles, pedindo ajuda em razão do estado em que se encontrava.

 

Conforme explicou o mentor de André Luiz, o corpo físico de Dimas não iria sobreviver o tempo anteriormente programado. Mas, não era o caso de um suicida, na medida em que o corpo físico de Dimas havia se desgastado no serviço da caridade.

 

Nas noites anteriores ao desencarne, Dimas e os outros que iriam desencarnar e que iremos conhecer depois, foram, durante o sono, levados no Posto de Socorro Espiritual conhecido como Abrigo de Fabiano, para ir se educando com o desprendimento e receber ajuda magnética na preparação do corpo espiritual para o desenlace do corpo físico.

Dimas, apesar de ser médium, não preparou sua família para compreender e aceitar melhor o desencarne e, por causa disso, sua esposa ficava ao lado do corpo físico emanando vibrações magnéticas que dificultavam a ação dos amigos espirituais.

 

Vejamos uma passagem (p. 204):

“A esposa do médium, ao pé dele, não obstante prolongadas vigílias e sacrifícios estafantes, que a expressão fisionômica denunciava, mantinha-se firme a seu lado, olhos vermelhos de chorar, emitindo forças de retenção amorosa que prendiam o moribundo em vasto emaranhado de fios cinzentos, dando-nos a impressão de peixe encarcerado em rede caprichosa”.

 

E explicou o mentor de André Luiz (p. 204):

 

“Nossa pobre amiga é o primeiro empecilho a remover. Improvisemos temporária melhora para o agonizante, a fim de sossegar-lhe a mente aflita. Somente depois de semelhante medida conseguiremos retirá-lo, sem maior impedimento. As correntes de força, exteriorizadas por ela, infundem vida aparente aos centros de energia vital, já em adiantado processo de desintegração”.

 

Assim, para conseguir proceder ao desenlace de Dimas do corpo físico, foi necessário primeiro doar-lhe energia magnética, melhorando aparentemente seu estado físico. Com isso, sua esposa se tranquilizou e foi dormir um pouco.

 

Nesse instante, livre das emanações magnéticas emitidas pela esposa, foi possível iniciar o processo de desencarne.

 

Inicialmente, o mentor de André Luiz inspirou Dimas a que fizesse uma oração, alterando, dessa forma, sua vibrações mentais. Durante a prece, Dimas evocou a presença de sua mãe, já falecida. Após alguns instante, sua mãe compareceu, se apresentou à equipe de André Luiz e afirmou que lá estava para ajudá-lo e recebê-lo, o que foi bem aceito por todos.

 

Feito isso, iniciou-se o processo de desligamento das ligações fluídicas que prendiam Dimas ao corpo físico. Nesse instante, André Luiz perguntou como seria o procedimento, o que lhe foi explicado (p. 210):

 

“Segundo você sabe, há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma: o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro mental, mais importante por excelência, situado no cérebro”.

 

Ao iniciar-se o procedimento de desligamento, Dimas acordou e gemeu alto, acordando toda a família que correu para o quarto.

 

Porém, o procedimento já havia iniciado, os laços do ventre e tórax já haviam sido rompidos, entrando Dimas em coma.

 

André Luiz observou que, na dimensão “Mundo Espiritual”, durante o desprendimento do corpo físico, substância leitosa extravasava do corpo físico.

 

Esta substância, abundantemente espalhada, assumiu caráter plasticizante e, após o desprendimento da mente de Dimas do corpo físico, deu origem a um novo corpo espiritual. Observemos bem que não se trata de, propriamente dito, novo corpo espiritual, mas uma transformação do antigo corpo espiritual, uma mutação (p. 211):

 

“(…) Era a última etapa. Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal (setor do cérebro), Jerônimo quebrou alguma coisa que não pude perceber com minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana, absorvendo, instantaneamente, a vasta porção da substância leitosa já exteriorizada. (…) Em breves instantes, porém, notei que as forças em exame eram dotadas de movimento plasticizante. A chama mencionada transformou-se em maravilhosa cabeça, em tudo idêntica à do nosso amigo em desencarnação, constituindo-se, após ela, todos o corpo perispiritual de Dimas, membro a membro, traço a traço. E, à medida que o novo organismo ressurgia ao nosso olhar, a luz violeta-dourada, fulgurante no cérebro, empalidecia gradualmente, até desaparecer, de todo, como se representasse o conjunto dos princípios superiores da personalidade, momentaneamente recolhidos a um único ponto, espraiando-se, em seguida, através de todos os escaninhos do organismo perispirítico, assegurando, desse modo, a coesão dos diferentes átomos, das novas dimensões vibratórias.”

 

Percebamos, portanto, que, quando do desencarne, o espírito, em si mesmo considerado (o eu, ali chamada “brilhante chama violeta-dourada”) desprende-se do cérebro físico e absorve uma substância leitosa já exteriorizada, com a qual a seguir é edificado o corpo perispiritual, “membro a membro”, ao mesmo tempo em que aquela luz brilhante (chama violenta-dourada) antes vista no cérebro, “empalidecia gradualmente, até desaparecer, de todo”; e à medida em que o corpo perispiritual vai se formando, aquela chama absorve a vitalidade própria do mundo espiritual e, com isso, assegura “a coesão dos diferentes átomos, das novas dimensões vibratórias”; vale dizer: com a absorção da substância leitosa (vitalidade do mundo que chamamos de espiritual), é possível elaborar e manter um corpo dotado de órgãos em funcionamento, ligados entre si e subordinados ao comando da mente.

Lembremos que, para reencarnar, o corpo espiritual perde diversos elementos do plano espiritual e assume uma plasticidade maior, apta a ensejar o reencarne. Na oportunidade em que estudamos a reencarnação, André Luiz chega a compará-la com a morte lá no mundo espiritual para o renascimento aqui.

 

Vejamos a explicação de André Luiz no livro “Evolução em Dois Mundos” (p. 116, 25ª Edição):

 

“(…), e entregando-se em seguida, no fenômeno da morte ou histólise (falecimento) do invólucro da matéria física, à pausa imprescindível nas próprias atividades ou hiato de refazimento, que pode ser longo ou rápido, para ressurgir, pela histogênese (formação de tecidos) espiritual, senhoreando novos órgãos e implementos necessários ao seu novo campo de ação, demorando-se nele, à medida dos conhecimentos conquistados na romagem humano”.

 

Vemos então que, no momento da morte física, o corpo espiritual ou perispírito sofre uma mutação, dando origem a uma espécie de novo corpo espiritual e esta formação é gerada pela mente da pessoa.

 

Vejamos mais esta explicação (p. 116/117, Evolução em Dois Mundos, 25ª Edição):

 

“Assim como recapitula, nos primeiros dias da existência intrauterina, no processo reencarnatório, todos os lances de sua evolução filogenética, a consciência examina em retrospecto de minutos ou de longas horas, ao integrar-se definitivamente em seu corpo sutil, pela histogênese (formação de tecidos) espiritual, durante o coma ou cadaverização do veículo físico, todos os acontecimentos da própria vida, nos prodígios de memória, a que se referem os desencarnados quando descrevem para os homens a grande passagem para o sepulcro.

É que a mente, no limiar da recomposição de seu próprio veículo, seja no renascimento biológico ou na desencarnação, revisa automaticamente e de modo rápido todas as experiências por ela própria vividas, imprimindo magneticamente às células, que se desdobrarão em unidades físicas e psicossomáticas, no corpo físico e no corpo espiritual, as diretrizes a que estarão sujeitas dentro do novo ciclo de evolução em que ingressam”.

 

Lembremos o que já estudamos: a mente tudo registra, refletindo diretamente na formação do corpo mental e este, por sua vez, na formação do corpo espiritual e, quando encarnados, do corpo físico.

 

Aqui, ao desencarnar, a mente, que tudo registra, por meio do campo mental, coordenação a mutação do corpo espiritual.

 

Ele será semelhante ao corpo físico, porque é justamente dessa forma que a mente o registra naquele momento.

 

Posteriormente, conforme a evolução da pessoa, ou seja, conforme o controle que sua mente tem sobre a matéria, ela poderá alterar a formação do seu corpo espiritual, por que este, formado por matéria em outra composição vibracional, mais sutil, possui a característica de ser moldável/plasticizante.

 

Mas, no desencarne, a formação do corpo espiritual torna-se semelhante ao do corpo físico, porque assim está representado na mente e refletindo no corpo mental, imprimindo magneticamente nas células do corpo espiritual formado.

 

E assim se procedeu no caso de Dimas.

 

Porém, o desligamento ainda não foi total. Manteve-se o cordão de prata, permanecendo a ligação entre o corpo físico e o corpo espiritual (que já tinha sofrido a mutação).

 

Explicou André Luiz (p. 212, Obreiros da Vida Eterna):

“O assistente deliberou que o cordão fluídico deveria permanecer até ao dia imediato, considerando as necessidades do ‘morto’, ainda imperfeitamente preparado para o desenlace mais rápido”.

Dimas permaneceu desacordado, fraco ainda, se adaptando à nova dimensão vibratória.

Semana que vem concluímos os estudos analisando o velório de Dimas e outro caso de desencarnação.

 

 

III – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes

Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.

 

Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazermos durante a semana são:

 

1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;

1.1           – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);

1.2           – Indignar-se com serenidade e razoabilidade;

1.3           – Exercitar a indulgência (capacidade de compreender e não divulgar defeitos alheios);

1.4           – Não se queixar da vida, evitar reclamações diárias e negativismos/evitar pessimismo;

1.5           – Não criticar o próximo, não julgar;

1.6           – Não se ofender (compreender o outro);

 

2        – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente para pessoas claramente necessitadas);

2.1           – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo;

2.2           – Participar de algum programa de caridade;

2.3           – Cultivar o otimismo sempre;

2.4           – Cultivar a tolerância com as diferenças e erros alheios;

 

3        – meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir;

 

4        – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar;

 

5        – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana;

 

6        – Perseverar;

 

7        – Estabelecer um hábito angular (hábito novo em sua vida, como deixar de ingerir alcoólicos, iniciar prática de exercícios, largar o cigarro, etc) e exercitar ao máximo o autocontrole dos atos cotidianos;

 

8        – Ser discreto (adotar a discrição sobre nossas vidas particulares);

 

9        – analisar criticamente os estímulos recebidos, seja de nosso inconsciente, seja de espíritos.

 

10     – Zelar pela saúde do corpo físico.

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7 Comentários

Maria Lucia Ferreira da Siva { 19 de maio de 2013 às 6:21 }

Maravilhoso como é bom compreender como funciona o nosso corpo e que não existe morte e sim vida continua e abundante

eli alves { 5 de junho de 2013 às 17:15 }

tenho mt ha aprender,e vontade em elucidar-me sobre tão vasto assunto

Edson Vieira { 8 de junho de 2013 às 16:09 }

Centro Espirtita Paulo Ferreira
Fundado em 25/07/1927
Rua 21 de Abril, 395 -Centro´- Lorena- SP – CEP 12.600-290
Se tiverem livros e apostilas para nos enviar, agradecemos.
Edson

Breno Costa { 10 de junho de 2013 às 12:13 }

Olá Edson, não possuímos apostilas, mas aqui tem vários estudos, fique a vontade para utilizá-los!

Abraços,
breno.

Vânia Lopes { 9 de junho de 2013 às 13:03 }

Eu nunca havia lido algo tão esclarecedor à respeito da desencarnação
a cada dia fico mais interessada no mundo espiritual .Sou espírita desde que me entendo po gente,mas só agora tenho me aprofundado no assuto.Obrigada!

Wal Santos { 12 de junho de 2013 às 3:54 }

Muito esclarecedor, parabéns!

Breno Costa { 12 de junho de 2013 às 11:35 }

Que bom que gostou!
Continue acompanhando nossos estudos e ajude na divulgação do site!
Fazemos sem fins lucrativos, por amor a doutrina!
Como diria Emmanuel, a maior caridade que podemos fazer para o espiritismo é a sua divulgação.
Abraços.

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