I – Revisão
Estudamos que a mente em vibração dá origem ao “corpo mental”, envoltório mais sutil do espírito (ser em si).
Este campo ou corpo mental, modela e dá origem ao corpo espiritual (perispírito/veículo físico da dimensão “mundo espiritual”).
Vimos que, para ingressar em nossa dimensão vibratória, é necessária a elaboração do corpo físico.
Aprendemos que, formando o elo entre o corpo espiritual e o corpo físico, há energia vital (própria de nossa dimensão) que animaliza o corpo físico e esta energia está representada no chamado corpo “duplo etérico”.
Aprendemos que existe uma ligação entre o corpo espiritual e o corpo físico, chamada de “cordão de prata”, localizada na cabeça e que se rompe apenas quando do desencarne.
Analisamos o processo de desencarne de Dimas, por meio do qual, vimos que:
– são desatados os laços que prendem o espírito ao corpo físico, iniciando no centro vegetativo (ventre), depois centro emocional (tórax) e, por fim, no centro mental (cérebro).
– do corpo espiritual de Dimas extravasou substância leitosa;
– em átimos de milésimos de segundo o Espírito desprendeu-se do corpo físico e, por meio do campo mental, absorveu a substância leitosa impregnada de vitalidade da nova dimensão vibratória, formando um novo corpo espiritual próprio para a vida que se iniciava, constituído da matéria sutil dessa mesma nova dimensão vibratória.
– após todo este procedimento, o cordão fluídico permaneceu ligando o corpo espiritual ao corpo físico, a fim de facilitar o equilíbrio orgânico de Dimas-desencarnado.
– o comportamento dos parentes e amigos durante o velório influenciava diretamente no estado de Dimas, prejudicando-o diversas vezes.
– o cordão de prata foi cortado somente próximo do momento enterro do corpo físico, sendo que Dimas absorvia, pelo cordão, fluído vital que ajudava em seu equilíbrio.
– espíritos inferiores vigiavam e não atacaram Dimas em razão de sua proteção.
– o mentor de André Luiz dispersou no ar o restante dos resíduos de vitalidade existente no corpo físico de Dimas, para que as entidades inferiores não se apropriassem deles.
Vídeo sobre a desencarnação de Dimas:
Por fim, analisamos o caso de Flávio, quando vimos que em razão da preparação da família e amigos, bem como do próprio Flávio, o processo foi muito mais tranquilo, sendo o cordão de prata cortado apenas 1 hora depois do falecimento do corpo físico.
II – Desencarne de Cavalcante
Cavalcante era católico, sempre preocupado em fazer o Bem, seguindo o Evangelho e fazendo caridade.
Chegou a ser abandonado pelos familiares em razão de seus ideais e do bem que conscientemente praticou durante a vida carnal.
Apesar de ser uma pessoa muito boa, voltada para o Bem, possuía a mente muito fechada para a realidade espiritual.
Quando levados para o Abrigo de Fabiano, dias antes da desencarnação, durante o sono, para preparação do corpo espiritual, Cavalcante foi o que mais exigiu cuidados.
Chegado o momento do falecimento do corpo físico, Cavalcante não aceitava a morte e isso refletia em seus centros de força.
André Luiz observou (Obreiros da Vida Eterna, 28ª Edição, p. 269):
“Reconhecia, entretanto, ali, naquele agonizante que teimava em viver de qualquer modo no corpo físico, o gigantesco poder da mente, que, em admirável decreto da vontade, estabelecia todo o domínio possível nos órgãos e centros vitais em decadência franca”.
“Decorridos mais de quatro dias, em que atentávamos para o moribundo, cuidadosamente, Jerônimo deliberou fossem desatados os laços que o retinham à esfera grosseira”.
André Luiz observou que o médico e o padre que atendiam Cavalcante, conversavam a respeito da eutanásia, o que o impressionou (p. 271):
“A cena chocava-me pelo desrespeito. Ambos os profissionais, o da Religião e o da Ciência, notavam situações meramente superficiais, incapazes de penetração nos sagrados mistérios da alma”.
O mentor de André Luiz iniciou o procedimento de desencarnação, mas Cavalcante lutava para permanecer vivo.
Iniciado o procedimento, Cavalcante começou a perceber a nova dimensão, momento em que entrou em desespero porque observou entidades que vampirizavam os outros doentes que estavam no mesmo quarto.
O médico, observando o estado de falecimento que não se consumava, decidiu dar-lhe injeção fatal, causando a morte.
Vejamos o relato (p. 280/281):
“(…). Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou a chamada ‘injeção compassiva’, ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador.
Em poucos instantes, o moribundo calou-se. Inteiriçaram-se-lhe os membros, vagarosamente. Imobilizou-se a máscara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis.
Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto. A personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de qualquer reação”.
E o mentor de André Luiz explicou (p. 281):
“A carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o sistema nervoso, interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso esforço.”
“(…), somente nos foi possível a libertação do recém desencarnado quando já haviam transcorrido vinte horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento, desmemorizado, foi por nós conduzido ao asilo de Fabiano, demonstrando necessitar de maiores cuidados”.
E o mentor de André Luiz explicou que os medicamentos possuem propriedades eletromagnéticas que afetam as células do corpo físico e espiritual (p. 282):
“Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. (…). A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la”.
Em razão da injeção fatal, o corpo espiritual de Cavalcante foi diretamente afetado, o que causou um estado de inércia no “mundo espiritual”.
Observando estes fatos, André Luiz fez significativa observação (p. 283):
“(…). O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, (…). Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços a que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Bondade Imperecível. (…). Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se.”
III – Caso de Adelaide
Espírita, médium, dedicou-se a vida inteira à caridade e prática do Bem. Recebía orientação espiritual de Bezerra de Menezes.
Estava preparada para o desencarne, mas temia pelos companheiros que ficariam, porque ela coordenava todos os trabalhos de caridade.
Quando da viagem à casa de Fabiano, para preparação do corpo espiritual para o desencarne, Adelaide, junto com Fábio, possuía boa percepção do que acontecia.
Para que o desencarne fosse possível, foi agendada uma reunião com todos os integrantes do grupo de caridade de Adelaide, que foram levados durante o sono para o Abrigo de Fabiano, onde receberam a explicação de que era chegada a hora do falecimento da irmã Adelaide e que eles deveriam aceitar tal fato.
Após a reunião, o desencarne de Adelaide foi facilitado (p. 296):
“(…) extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. Privou-se o corpo carnal do permanente socorro magnético, ao qual afluxo dessas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital.”
E quem realizou o processo de desenlace do corpo espiritual? A própria Adelaide (p. 296):
“(…), rogou, tímida, que lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação dos laços mais fortes, em esforço pessoal, espontâneo.”
Assim foi feito, causando espanto à André Luiz que imaginava que não fosse possível. Seu mentor explicou:
“A cooperação de nosso plano é indispensável no ato conclusivo da liberação; todavia, o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada”.
IV – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes
Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.
Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazermos durante a semana são:
1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;
1.1 – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);
1.2 – Indignar-se com serenidade e razoabilidade;
1.3 – Exercitar a indulgência (capacidade de compreender e não divulgar defeitos alheios);
1.4 – Não se queixar da vida, evitar reclamações diárias e negativismos/evitar pessimismo;
1.5 – Não criticar o próximo, não julgar;
1.6 – Não se ofender (compreender o outro);
2 – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente para pessoas claramente necessitadas);
2.1 – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo;
2.2 – Participar de algum programa de caridade;
2.3 – Cultivar o otimismo sempre;
2.4 – Cultivar a tolerância com as diferenças e erros alheios;
3 – meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir;
4 – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar;
5 – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana;
6 – Perseverar;
7 – Estabelecer um hábito angular (hábito novo em sua vida, como deixar de ingerir alcoólicos, iniciar prática de exercícios, largar o cigarro, etc) e exercitar ao máximo o autocontrole dos atos cotidianos;
8 – Ser discreto (adotar a discrição sobre nossas vidas particulares);
9 – analisar criticamente os estímulos recebidos, seja de nosso inconsciente, seja de espíritos.
10 – Zelar pela saúde do corpo físico.
Vamos rever o seguinte exercício mental: aprender a forma correta de se ficar indignado.
A indignação pode ser uma legítima forma de se expressar.
André Luiz explica no Livro Entre a Terra e o Céu (fls. 170/180): “A indignação é necessária para marcar a nossa repulsa contra atos deliberados de rebelião ante as leis do Senhor”.
Porém, é necessário tomar cuidado ao se indignar.
Primeiro, não devemos ficar indignados por qualquer motivo, por qualquer bagatela.
Segundo, indignar-se não pode ser uma desculpa para “perdemos a razão”. Lembram-se do que acontece e os prejuízos quando ficamos no estado de cólera? Pois bem, não podemos ficar indignados com algum fato e “perder a razão”, ficar no estado de cólera, ira, raiva, violência, etc.
Vejamos mais estas lições contidas no livro “Entre a Terra e o Céu” (fls. 170/180):
“Assim como a administração da energia elétrica reclama atenção para a voltagem, precisamos vigiar a nossa indignação principalmente quando seja imperioso vertê-la através da palavra, carregando a nossa voz tão-somente com a força suscetível de ser aproveitada por aqueles a quem endereçamos a carga de sentimentos”.
“é indispensável modular a expressão da frase, como se gradua a emissão elétrica!”.
“Nunca deve arrojar-se à violência e jamais deve-se perder a dignidade de que fomos investidos”.
“Precisamos, assim, de muita cautela com a palavra, nos momentos de tensão alta do nosso mundo emotivo, a fim de que a nossa voz não se torne gritos selvagens ou considerações cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros, semeando espinheiros de antipatia e revolta que nos prejudicarão a própria tarefa”.
Dessa forma, temos que indignar-se é legítimo e pode ocorrer sim em nosso dia a dia. Porém, devemos aprender a indignarmo-nos mantendo o padrão vibratório alto, com serenidade, apenas falando o necessário e sem agredir (física e moralmente) a ninguém. A partir de hoje, vamos tentar aplicar isso em nosso dia a dia, aumentando nosso nível de êxito ao cumprir a primeira tarefa “afastar qualquer pensamento não edificante”.
Mensagem de Encerramento:
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