Seção: Palestras

Cérebro (físico e espiritual) – Obsessão – Ovóide – Parte II

I – Revisão

Quando estudamos a evolução do princípio espiritual, vimos que antes de chegarmos à fase hominal, passamos por todas as cadeias da evolução (mineral, vegetal e animal menores e depois mais complexos).

 

Analisamos que ao longo deste enorme caminho, o princípio espiritual, ainda apenas uma crisálida de consciência, por meio da repetição, desenvolve os reflexos automatizados, para depois desenvolver os instintos (fases vegetal e animal), para, finalmente, desenvolver os sentimentos e a racionalidade (fase hominal).

 

Vimos que o desenvolvimento dos órgãos no corpo espiritual e no corpo físico é obra de milhares de milênios, atendendo à evolução do campo mental do “SER”.

 

Aprendemos que o nosso cérebro, tanto espiritual, quanto físico, possui três setores:

 

a)   Gânglios basais – subconsciente: armazena o hábito e o automatismo de nossas milhares de vidas.

 

b)   Córtex motor – consciente: refere-se ao nosso pensamento presente, nossas decisões imediatas e planejamento de atitudes. Local onde são travadas as lutas internas, aceitando ou não os impulsos vindos do hábito e influência dos espíritos. Livre arbítrio.

 

c)    Lóbulo Frontal – superconsciente: idealismo e ideias superiores.

 

Por fim, analisamos um quadro de obsessão, no qual a vítima, tomada pela culpa e remorso da falha praticada, havia se recolhido apenas às atividades diárias de forma mecanizada, deixando de operar a mente no chamado superconsciente. Alimentava condutas apenas ditadas pelo subconsciente, fato que também ocorria com o obsessor ao alimentar ódio pela vítima. Ambos mantinham-se vivendo dominados pelos instintos animais.

 

II – Análise da Mente de quem alimenta pensamentos inferiores

 

Jovem moça que, mimada pela família, alimentava vida de vícios e sensualidade.

 

“Sem a proteção espiritual peculiar à pobreza, sem os abençoados estímulos dos obstáculos materiais, e tendo, contra as suas necessidades íntimas, a profunda beleza transitória do rosto, a pobrezinha renasceu, seguida de perto, não por um inimigo propriamente dito, mas por cúmplice de faltas graves, desde muito desencarnado, ao qual se vinculara por tremendos laços de ódio, em passado próximo.”

 

Levando uma vida desregrada, ela engravidou e justamente desse cúmplice (espírito reencarnante). Ocorre que ela não aceitou a gravidez, querendo de qualquer forma realizar o aborto.

 

André Luiz analisou a mente da pobre moça. Vejamos (fl. 143, No Mundo Maior, 20ª edição):

 

“(…). Nos lobos frontais, a sombra era completa; no córtex encefálico, a perturbação era manifesta; somente nos gânglios basais havia suprema concentração de energias mentais, fazendo-me perceber que a infeliz criatura se recolhera no campo mais baixo do ser, dominada pelos impulsos desintegradores dos próprios sentimentos, transviados e incultos. Dos gânglios basais, onde se aglomeravam as mais fortes irradiações da mente alucinada, desciam estiletes escuros, que assaltavam as trompas e os ovários, penetrando a câmara vital quais tenuíssimos venábulos (lanças de ferro, obs nossa) de treva e incidindo sobre a organização embrionária de quatro meses”.

 

André Luiz percebeu a luta mental travada entre a mãe o filho e, apesar das recomendações e orientações dos espíritos superiores no momento de sono da mãe, ela insistiu no aborto, que foi realizado por enfermeira na própria casa.

 

Como resultado do aborto, o espírito da criança, antigo comparsa de farras, apegou-se ao perispírito da mãe e ajudou a iniciar uma complicação fisiológica que levou ao óbito também a mãe.

 

E assim concluiu o mentor de André Luiz (fl. 153):

“Agora, nada vale a intervenção direta. Só poderemos cooperar com a oração do amor fraterno, aliada à função renovadora da luta cotidiana. Consumou-se para ambos doloroso processo de obsessão recíproca, de amargas consequências no espaço e no tempo, e cujas extensão nenhum de nós pode prever”.

 

Trata-se de um caso típico de quadro obsessivo que se iniciou entre encarnados, mas continuou como desencarnados, onde ambos, após o desencarne, sofreram a queda do espírito, passando a habitar dimensão vibratória densa do umbral ou, quem sabe, até mesmo do abismos mais profundos.

 

Dentro desse quadro, décadas e talvez séculos serão necessários para que eles voltem a se reabilitar, sendo que correm o risco de iniciar uma fase de degradação da forma perispiritual.

 

Em regra, tais entidades são rapidamente localizadas pelas inteligências malignas que governam as regiões inferiores do chamado “Mundo Espiritual”, passando um longo tempo até conseguir se livrar de tal jugo.

 

III – Análise

Do que vimos até o momento podemos fixar alguns pontos:

 

  • Os espíritos obsessores que alimentam os sentimentos de ódio e vingança, abandonam o idealismo renovador do SER, passando a manter a mente apenas no “primeiro andar” do cérebro, onde, em razão de nosso estágio, ainda residem as experiências de nossa animalidade inferior.

 

  • Devemos usar as nossas lembranças passadas como experiência. Mas é de suma importância manter a mente na luta no idealismo superior e faremos isso na prática do Bem (aqui compreendidos a caridade, a oração, os estudos e etc). Com isso, manteremos nossa mente no segundo e terceiros “andares” do cérebro. Dessa forma, o padrão vibratório ficará alto e em sintonia com a espiritualidade superior.

 

  • Aqueles que cometem erros e se deixam dominar pelo remorso e culpa, esquecendo de idealizar condutas edificantes, mantém-se guiados pelos instintos, o que, por consequência, leva ao padrão vibratório baixo e sintonia com a espiritualidade inferior, viabilizando, também, quadros obsessivos.

 

 IV – Da Degradação do Corpo Espiritual

Conforme estudado, o corpo espiritual é formado por matéria em outra composição vibracional, possuindo o atributo de ser moldável e plástico, recebendo direta influência da mente da pessoa.

 

Assim, para aqueles que possuem um maior domínio das faculdades da mente, é possível até mesmo assumir formas de outras reencarnações ou simplesmente remoçar (caso tenha desencarnado idoso).

 

Ocorre que, de outro lado, pode haver a degradação da forma perispiritual em razão da manutenção da mente em desarmonia.

 

André Luiz, explicando o conflito entre parasitas e hospedeiros no mundo animal, narra o que aconteceria entre encarnados e desencarnados (Evolução em Dois Mundos, p. 144/145, 25ª Edição):

 

“Em processos diferentes, mas atendendo os mesmos princípios de simbiose prejudicial, encontramos os circuitos de obsessão e de vampirismo entre encarnados e desencarnados, desde eras recuadas em que o espírito humano, iluminado pela razão, foi chamado pelos princípios da Lei Divina a renunciar ao egoísmo e à crueldade, à ignorância e ao crime.

 

Rebelando-se, no entanto, em grande maioria, contra as sagradas convocações, e livres para escolher o próprio caminho, as criaturas humanas desencarnadas, em alto número, começaram a oprimir os companheiros da retaguarda, disputando afeições e riquezas que ficavam na carne, ou tentando empreitadas de vingança e delinquência, quando sofriam o processo liberatório da desencarnação em circunstâncias delituosas.

 

As vítimas de homicídio, violência, brutalidade manifesta ou perseguição disfarçada, fora do vaso físico, entram na faixa mental dos ofensores, conhecendo-lhes a enormidade das faltas ocultas, e, em vez do perdão, com que se exonerariam da cadeia das trevas, empenham-se em vinditas atrozes, retribuindo golpe a golpe e mal por mal.”

 

Iniciada essa ligação entre encarnados e desencarnados, ocorre de ambos deixarem de viver conscientemente e de manterem a mente em evolução. Passam a viver automatizados e apenas conforme instintos e hábitos adquiridos anteriormente. Abandonam a luta do presente e deixam de idealizar o futuro.

 

Permanecendo ligada ao hospedeiro (vítima da obsessão), a entidade obsessora passa apenas a absorver a energia de seu hospedeiro. Aos poucos, os órgãos do corpo espiritual vão se atrofiando pela falta de uso e o corpo espiritual, influenciável diretamente pelo corpo mental, passa a sofrer profunda degradação, retrocedendo na forma perispiritual de aspecto humano (os membros inferiores, superiores, o tronco, etc, vão se atrofiando), podendo chegar até o limite de uma forma ovalada, os chamados “ovóides”.

 

Vejamos a explicação de André Luiz (Evolução em Dois Mundos, p. 146):

“Inúmeros infelizes, obstinados na ideia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego, quando desafivelados do carro físico, envolvem sutilmente aqueles que se lhes fazem objeto da calculada atenção e, auto-hipnotizados por imagens de afetividade ou desforço, infinitamente repetidas por eles próprios, acabam em deplorável fixação monoideistica, fora das noções de espaço e tempo, acusando, passo a passo, enormes transformações na morfologia dos veículos retraídos, por falta de função, assemelham-se a ovoides, vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação, à face dos pensamentos de remorso ou arrependimento tardio, ódio voraz ou egoísmo exigente que alimentam no próprio cérebro através de ondas mentais incessantes.

(…).

No tocante à criatura humana, o obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa que, em muitos casos, se prolonga para além da morte física do hospedeiro, conforme a natureza e a extensão dos compromissos morais entre credor e devedor.”

 

Como podemos ver, a mente é a base de todos os fenômenos que nos cercam. É ela que edifica o corpo mental, que serve de molde à formação do corpo espiritual (perispírito), o qual, por sua vez, projeta e modela o corpo físico quando encarnamos em nossa dimensão.

 

Mas assim como a mente edifica, constrói e mantém nossos mecanismos de representação material (corpos mental, perispiritual e físico), ela mesma, a mente, pode causar-lhes danos profundos em razão de monoideísmo (idéia fixa num só objetivo) e inatividade.

 

Semana que vem terminaremos de estudar a degradação do corpo espiritual e os casos de obsessão.

 

V – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes

Estes exercícios mentais e práticas edificantes visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.

 

Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para todos fazermos durante a semana são:

 

1 – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante durante o dia a dia;

1.1           – Evitar “perder a razão” (estado de cólera, raiva);

1.2           – Indignar-se com serenidade e razoabilidade;

1.3           – Exercitar a indulgência (capacidade de compreender e não divulgar defeitos alheios);

1.4           – Não se queixar da vida, evitar reclamações diárias e negativismos/evitar pessimismo;

1.5           – Não criticar o próximo, não julgar;

1.6           – Não se ofender (compreender o outro);

 

2        – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (principalmente para pessoas claramente necessitadas);

2.1           – Fazer pequenas gentilezas a quem está próximo;

2.2           – Participar de algum programa de caridade;

2.3           – Cultivar o otimismo sempre;

2.4           – Cultivar a tolerância com as diferenças e erros alheios;

 

3        – meditar cinco minutos por dia, ao menos três vezes na semana, preferencialmente antes de orar e preferencialmente antes de dormir;

 

4        – Leitura diária de mensagens curtas e edificantes, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar/orar;

 

5        – Fazer Evangelho no Lar uma vez na semana;

 

6        – Perseverar;

 

7        – Estabelecer um hábito angular (hábito novo em sua vida, como deixar de ingerir alcoólicos, iniciar prática de exercícios, largar o cigarro, etc) e exercitar ao máximo o autocontrole dos atos cotidianos;

 

8        – Ser discreto (adotar a discrição sobre nossas vidas particulares);

 

9        – analisar criticamente os estímulos recebidos, seja de nosso inconsciente, seja de espíritos.

 

10     – Zelar pela saúde do corpo físico.

 

Hoje, vamos nos propor “leitura edificante diária”.

 

Os espíritos superiores, como, por exemplo, Emmanuel e André Luiz, possuem uma visão ampla da aplicação do Evangelho em nosso dia a dia e de forma a modificar velhos hábitos (efetiva reforma íntima).

 

Nossa mente está viciada às vibrações mais grosseiras e muitas vezes defendemos determinada opinião errada achando que é a forma correta de se comportar em nosso cotidiano.

 

Por meio de breves leituras diárias de mensagens de espíritos superiores, nós vamos despertando nossas mentes para melhores formas de pensar.

 

Estas melhores formas de pensamento mudam aos poucos nossos atos e nosso comportamento, passando a viver em sintonia com os ensinamentos morais.

 

A necessidade de evoluir moralmente não é religiosa, mas sim condição de progresso natural de todos, porque somente com pensamentos evoluídos conseguiremos interagir melhor com a matéria, ascendendo para planos de existência superiores e estando em sintonia com os espíritos de luz.

 

Aos poucos, vamos sentindo a harmonia em nossos corações e mentes, o que nos garante proteção contra as influências de espíritos inferiores.

 

Assim, o exercício da semana (que deve virar hábito para a vida toda) é sempre manter um livro de mensagens diárias e ler uma mensagem todos os dias, de preferência quando acordar e antes de dormir, de preferência antes de meditar e/ou orar.

 

Mensagem de Encerramento:

 

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