Seção: Estudo das Obras do Espírito André Luiz

Aula 27 – Processo de Desencarnação de Cavalcante e Adelaide

Hoje continuaremos o estudo sobre o processo de desencarnação descrito pelo Espírito André Luiz no livro “Obreiros da Vida Eterna”, pelo médium Chico Xavier.

I – Revisão

Estudamos que a mente em vibração dá origem ao “corpo mental”, envoltório mais sutil do espírito (ser em si).

Este campo ou corpo mental, modela e dá origem ao corpo espiritual (perispírito/veículo físico da dimensão “mundo espiritual”).

Vimos que, para ingressar em nossa dimensão vibratória, é necessária a elaboração do corpo físico.

Aprendemos que, formando o elo entre o corpo espiritual e o corpo físico, há energia vital (própria de nossa dimensão) que animaliza o corpo físico e esta energia está representada no chamado corpo “duplo etérico”.

Aprendemos que existe uma ligação entre o corpo espiritual e o corpo físico, chamada de “cordão de prata”, localizada na cabeça e que se rompe apenas quando do desencarne.

Analisamos o processo de desencarne de Dimas, por meio do qual, vimos que:

– são desatados os laços que prendem o espírito ao corpo físico, iniciando no centro vegetativo (ventre), depois centro emocional (tórax) e, por fim, no centro mental (cérebro).

– do corpo espiritual de Dimas extravasou substância leitosa;

– em átimos de milésimos de segundo o Espírito desprendeu-se do corpo físico e, por meio do campo mental, absorveu a substância leitosa impregnada de vitalidade da nova dimensão vibratória, formando um novo corpo espiritual próprio para a vida que se iniciava, constituído da matéria sutil dessa mesma nova dimensão vibratória.

 – após todo este procedimento, o cordão fluídico permaneceu ligando o corpo espiritual ao corpo físico, a fim de facilitar o equilíbrio orgânico de Dimas-desencarnado.

– o comportamento dos parentes e amigos durante o velório influenciava diretamente no estado de Dimas, prejudicando-o diversas vezes.

– o cordão de prata foi cortado somente próximo do momento enterro do corpo físico, sendo que Dimas absorvia, pelo cordão, fluído vital que ajudava em seu equilíbrio.

– espíritos inferiores vigiavam e não atacaram Dimas em razão de sua proteção.

– o mentor de André Luiz dispersou no ar o restante dos resíduos de vitalidade existente no corpo físico de Dimas, para que as entidades inferiores não se apropriassem deles.

Por fim, analisamos o caso de Flávio, quando vimos que em razão da preparação da família e amigos, bem como do próprio Flávio, o processo foi muito mais tranquilo, sendo o cordão de prata cortado apenas 1 hora depois do falecimento do corpo físico.

  

II – Desencarne de Cavalcante

 Cavalcante era católico, sempre preocupado em fazer o Bem, seguindo o Evangelho e fazendo caridade.

Chegou a ser abandonado pelos familiares em razão de seus ideais e do bem que conscientemente praticou durante a vida carnal.

Apesar de ser uma pessoa muito boa, voltada para o Bem, possuía a mente muito fechada para a realidade espiritual.

Quando levados para o Abrigo de Fabiano, dias antes da desencarnação, durante o sono, para preparação do corpo espiritual, Cavalcante foi o que mais exigiu cuidados.

Chegado o momento do falecimento do corpo físico, Cavalcante não aceitava a morte e isso refletia em seus centros de força.

André Luiz observou (Obreiros da Vida Eterna, 28ª Edição, p. 269):

“Reconhecia, entretanto, ali, naquele agonizante que teimava em viver de qualquer modo no corpo físico, o gigantesco poder da mente, que, em admirável decreto da vontade, estabelecia todo o domínio possível nos órgãos e centros vitais em decadência franca”.

“Decorridos mais de quatro dias, em que atentávamos para o moribundo, cuidadosamente, Jerônimo deliberou fossem desatados os laços que o retinham à esfera grosseira”.

André Luiz observou que o médico e o padre que atendiam Cavalcante, conversavam a respeito da eutanásia, o que o impressionou (p. 271):

“A cena chocava-me pelo desrespeito. Ambos os profissionais, o da Religião e o da Ciência, notavam situações meramente superficiais, incapazes de penetração nos sagrados mistérios da alma”.

O mentor de André Luiz iniciou o procedimento de desencarnação, mas Cavalcante lutava para permanecer vivo.

Iniciado o procedimento, Cavalcante começou a perceber a nova dimensão, momento em que entrou em desespero porque observou entidades que vampirizavam os outros doentes que estavam no mesmo quarto.

O médico, observando o estado de falecimento que não se consumava, decidiu dar-lhe injeção fatal, causando a morte.

Vejamos o relato (p. 280/281):

“(…). Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou a chamada ‘injeção compassiva’, ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador.

Em poucos instantes, o moribundo calou-se. Inteiriçaram-se-lhe os membros, vagarosamente. Imobilizou-se a máscara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis.

Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto. A personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de qualquer reação”.

E o mentor de André Luiz explicou (p. 281):

“A carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o sistema nervoso, interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso esforço.”

“(…), somente nos foi possível a libertação do recém desencarnado quando já haviam transcorrido vinte horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento, desmemorizado, foi por nós conduzido ao asilo de Fabiano, demonstrando necessitar de maiores cuidados”.

E o mentor de André Luiz explicou que os medicamentos possuem propriedades eletromagnéticas que afetam as células do corpo físico e espiritual (p. 282):

“Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. (…). A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la”.

Em razão da injeção fatal, o corpo espiritual de Cavalcante foi diretamente afetado, o que causou um estado de inércia no “mundo espiritual”.

Observando estes fatos, André Luiz fez significativa observação (p. 283):

“(…). O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, (…). Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços a que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Bondade Imperecível. (…). Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se.”

III – Caso de Adelaide

Espírita, médium, dedicou-se a vida inteira à caridade e prática do Bem. Recebía orientação espiritual de Bezerra de Menezes.

Estava preparada para o desencarne, mas temia pelos companheiros que ficariam, porque ela coordenava todos os trabalhos de caridade.

Quando da viagem à casa de Fabiano, para preparação do corpo espiritual para o desencarne, Adelaide, junto com Fábio, possuía boa percepção do que acontecia.

Para que o desencarne fosse possível, foi agendada uma reunião com todos os integrantes do grupo de caridade de Adelaide, que foram levados durante o sono para o Abrigo de Fabiano, onde receberam a explicação de que era chegada a hora do falecimento da irmã Adelaide e que eles deveriam aceitar tal fato.

Após a reunião, o desencarne de Adelaide foi facilitado (p. 296):

“(…) extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. Privou-se o corpo carnal do permanente socorro magnético, ao qual afluxo dessas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital.”

E quem realizou o processo de desenlace do corpo espiritual? A própria Adelaide (p. 296):

“(…), rogou, tímida, que lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação dos laços mais fortes, em esforço pessoal, espontâneo.”

Assim foi feito, causando espanto à André Luiz que imaginava que não fosse possível. Seu mentor explicou:

“A cooperação de nosso plano é indispensável no ato conclusivo da liberação; todavia, o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada”.

Na próxima aula encerramo o estudo do processo de desencarnação e analisamos como deveria ser um velório considerando o conhecimento espírita.

IV – Tarefa de Casa

A tarefa de casa é composta por exercícios mentais e práticas edificantesque visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.

Sublimando nossos hábitos, alteramos a frequência de nossa vibração mental eelevamos nosso grau de consciência.

Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para fazer durante a semana são:

1º – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante (ver aula 01 e 02 no link “Exercícios mentais”).

2º – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (ver aula 03 e 04 no link “Exercícios mentais”).

3º – Meditar por CINCO minutos, ao menos três vezes na semana. Preferencialmente, meditar todos os dias por cinco minutos. Preferencialmente, orar antes. Preferencialmente, antes de dormir (principalmente para quem tem insônia). (ver aula 05 no link “Exercícios mentais”).

4º – Evitar o descontrole emocional (raiva, cólera, ira, etc). (ver aula 06 no lik “Exercícios mentais”).

5º – Paciência – Esperar 1 minutos antes de ficar impaciente.

6º – Indignar-se com serenidade.

7º  – Ser generoso e solícito no dia a dia (no trabalho, na rua, trânsito, em casa, etc).

8º – Fazer Evangelho no Lar ao menos uma vez por semana (incentivamos realizar Evangelho no Lar nas quintas-feiras, dia que o Núcleo Espírita Amor e Paz, de Marília, realiza uma corrente de oração, entre 21h00min e 22h00min, faça no seu lar, com sua família).

9º – Ler uma vez por dia uma “mensagem edificante” de Espíritos Superiores (Emmanuel, André Luiz, Dr. Bezerra de Menzes, Memei, Joanna, etc).

10º – Estabelecer um hábito angular para rotina diária, auxiliando no “despertar” de nosso autocontrole e vigia de nossos pensamentos e atos diários.

11º Evitar ao máximo queixar-se de vida, analisando os fatos com resignação e confiança nas Leis Divinas, mantendo harmonia mental.

12º – Fazer caridade, participando ativamente de alguma atividade assistencial.

13º – Exercitar a indulgência (não observar, não comentar, não divulgar, defeitos alheios).

14º – Perseverar!

15º – Ser discreto nos atos da vida (particular e profissional).

16º – Desenvolver o nobre sentimento da compreensão, evitando criticar o próximo e aprendendo a ter tolerância com pensamentos diferentes e erros cometidos.

17º – Analisar criticamente os impulsos recebidos, seja do nosso inconsciente (hábitos – reflexos condicionados), seja de espíritos desencarnados.

18º – Elaborar o caderno de metas individuais e reforma íntima.

19º – Zela pela saúde do corpo físico, adotando uma alimentação equilibrando e a prática de exercícios físicos regulares no decorres da semana.

20º – Orar diariamente.

21º – Admirar a beleza da natureza e levar “vida” para nosso ambiente de casa e do trabalho, decorando-o com plantas, flores, quadros, etc.

—Hoje iremos acrescentar: Evitar alimentar o sentimento da culpa e remorso.

 

Reconhecer o erro, sim.

Arrepender-se, sim.

Procurar corrigir o erro, sim.

 

—Mas nunca ficar alimentando pensamentos de auto condenação, torturando-se com sentimento de culpa e remorso.
—Vejamos este texto do Emmanuel (Livro “Pensamento e Vida”):

“Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma”.

 

Brechas de sombra: aberturas mentais e queda do padrão vibratório, pelo qual passamos a ser subjulgados e influenciados por espíritos infelizes.

 

“E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abscesso mental (doença mental), envenenando-nos, pouco a pouco, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio”.

—Precisamos perdoar a si próprio.
—Entender que cometemos o erro por falta de conhecimento e amadurecimento.
—Utilizando-se do erro não para entrar em ciclo vicioso de culpa e remorso, mas para aprender e entender que agora, com o atual nível de conhecimento e amadurecimento consciencial, não poderemos comete-lo novamente.
—Além disso, procuremos corrigir o erro imediatamente.
—“À feição do imã, que possui campo magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças criativas ou destrutivas que lhe marca índole, no feixe raios invisíveis que arroja de si mesma. É por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos domínios da afinidade”.
—“Operando a onda mental em regime de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios corrosivos que emanam de todas as inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência”.
—“Projetando as energias dilacerantes de nosso próprio desgosto, ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o pesar, inicialmente alimentado contra nós mesmo, em mágoa e irritação contra os outros”.
—
—Transformamos a energia da culpa em hostilidade com as outras pessoas, aumentando nosso abismo mental.
—“É nesse estado negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios, atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando corpo e alma nas teias de enfermidade. A noção de culpa agirá com os seus reflexos incessantes sobre a região do corpo ou da alma que corresponda ao tema do remorso que sejamos portadores.”
—Assim como o carma existe porque carregamos em nosso inconsciente a informação do erro cometido e isso requisita a correção (resgate), quando, nesta vida física, ficamos nos punindo mentalmente por um erro cometido, culpa e remorso (sem fazer nada para corrigir o erro ou negando-se a aprender com ele), este comando mental negativo (autopunição) adoece a respectiva região do corpo espiritual e físico.
—Por isso, não podemos ficar nos autopunindo e sim correr atrás de corrigir o erro e aprender com ele.
—O erro deve originar apenas isso.
—Aceitar o erro sem exageros na culpa e remorso demonstra maturidade espiritual e consciencial.
—“Toda deserção do dever a cumprir traz consigo o arrependimento que, alentado no Espírito, se faz acompanhar de resultantes atrozes, exigindo, por vezes, demoradas existências de reaprendizado e restauração”.
—Não estamos falando que não dever haver arrependimento!
—Estamos explicando que o arrependimento deve impulsionar novos sentimentos: correção do erro ou aprendizado!
—Precisamos corrigir os erros, que originam o sentimento de culpa e remorso (conciliação, perdão, aceitação, etc).
—Precisamos compreender nosso estágio, aceitando como somos e lutando para sermos melhores.
—Precisamos entender que o arrependimento é apenas o primeiro passo, o despertar para a consciencia do erro cometido e não o único e duradouro passo (passar a eternidade nos punindo sem fazer nada construtivo).
—Aliás, precisamos aprender a localizar nossos erros.
—
—Muitas vezes, principalmente em conflitos pessoais, enxergamos os erros alheios, sem analisar o nosso.
—
—Em todo conflito precisamos pensar: No que EU errei? O que EU poderia ter feito para evitar o conflito? O que EU tenho que fazer para que não haja mais esta espécie de conflito? No que EU tenho que melhorar?
—Análise sempre do EU e não das outras pessoas.
—
—Com isso, aprendemos a localizar nossas falhas mentais (morais e intelectuais) e procuramos corrigi-las, resultando em reforma íntima e evolução.
—
—Localizado o erro que eu cometi, “o MEU erro”, não fico me auto punindo, procuro corrigi-lo, aprendo com ele, divago e raciocínio sobre ele e, na próxima vez, procuro não cometer novamente.
—Precisamos viver em auto-análise de nossas condutas.
—Diariamente.
—Vendo no que podemos ser melhores, no trato com as pessoas, nos estudos, nos vícios físicos e mentais.
—Assim, efetivamente vamos realizando uma reforma íntima.
—Mas, nunca ficar alimentando de autopunição, culpa, remorso, etc.
—Assim, além de evitarmos esse sentimento negativo, ainda exercitamos a humildade, que nos permite ter a coragem de pedir desculpas (do “MEU ERRO”) e buscar a conciliação (quando a culpa advém de conflitos).
—Então, a partir de hoje, vamos evitar alimentar pensamentos de culpa e remorso.
—
—Sempre que cometermos um erro, vamos procurar corrigi-lo o mais rápido possível, aprendendo com ele e evitando-o futuramente.
Mensagem de Encerramento:

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