Hoje continuaremos o estudo sobre o processo de desencarnação descrito pelo Espírito André Luiz no livro “Obreiros da Vida Eterna”, pelo médium Chico Xavier.
I – Revisão
Estudamos que a mente em vibração dá origem ao “corpo mental”, envoltório mais sutil do espírito (ser em si).
Este campo ou corpo mental, modela e dá origem ao corpo espiritual (perispírito/veículo físico da dimensão “mundo espiritual”).
Vimos que, para ingressar em nossa dimensão vibratória, é necessária a elaboração do corpo físico.
Aprendemos que, formando o elo entre o corpo espiritual e o corpo físico, há energia vital (própria de nossa dimensão) que animaliza o corpo físico e esta energia está representada no chamado corpo “duplo etérico”.
Aprendemos que existe uma ligação entre o corpo espiritual e o corpo físico, chamada de “cordão de prata”, localizada na cabeça e que se rompe apenas quando do desencarne.
Analisamos o processo de desencarne de Dimas, por meio do qual, vimos que:
– são desatados os laços que prendem o espírito ao corpo físico, iniciando no centro vegetativo (ventre), depois centro emocional (tórax) e, por fim, no centro mental (cérebro).
– do corpo espiritual de Dimas extravasou substância leitosa;
– em átimos de milésimos de segundo o Espírito desprendeu-se do corpo físico e, por meio do campo mental, absorveu a substância leitosa impregnada de vitalidade da nova dimensão vibratória, formando um novo corpo espiritual próprio para a vida que se iniciava, constituído da matéria sutil dessa mesma nova dimensão vibratória.
– após todo este procedimento, o cordão fluídico permaneceu ligando o corpo espiritual ao corpo físico, a fim de facilitar o equilíbrio orgânico de Dimas-desencarnado.
– o comportamento dos parentes e amigos durante o velório influenciava diretamente no estado de Dimas, prejudicando-o diversas vezes.
– o cordão de prata foi cortado somente próximo do momento enterro do corpo físico, sendo que Dimas absorvia, pelo cordão, fluído vital que ajudava em seu equilíbrio.
– espíritos inferiores vigiavam e não atacaram Dimas em razão de sua proteção.
– o mentor de André Luiz dispersou no ar o restante dos resíduos de vitalidade existente no corpo físico de Dimas, para que as entidades inferiores não se apropriassem deles.
Por fim, analisamos o caso de Flávio, quando vimos que em razão da preparação da família e amigos, bem como do próprio Flávio, o processo foi muito mais tranquilo, sendo o cordão de prata cortado apenas 1 hora depois do falecimento do corpo físico.
II – Desencarne de Cavalcante
Cavalcante era católico, sempre preocupado em fazer o Bem, seguindo o Evangelho e fazendo caridade.
Chegou a ser abandonado pelos familiares em razão de seus ideais e do bem que conscientemente praticou durante a vida carnal.
Apesar de ser uma pessoa muito boa, voltada para o Bem, possuía a mente muito fechada para a realidade espiritual.
Quando levados para o Abrigo de Fabiano, dias antes da desencarnação, durante o sono, para preparação do corpo espiritual, Cavalcante foi o que mais exigiu cuidados.
Chegado o momento do falecimento do corpo físico, Cavalcante não aceitava a morte e isso refletia em seus centros de força.
André Luiz observou (Obreiros da Vida Eterna, 28ª Edição, p. 269):
“Reconhecia, entretanto, ali, naquele agonizante que teimava em viver de qualquer modo no corpo físico, o gigantesco poder da mente, que, em admirável decreto da vontade, estabelecia todo o domínio possível nos órgãos e centros vitais em decadência franca”.
“Decorridos mais de quatro dias, em que atentávamos para o moribundo, cuidadosamente, Jerônimo deliberou fossem desatados os laços que o retinham à esfera grosseira”.
André Luiz observou que o médico e o padre que atendiam Cavalcante, conversavam a respeito da eutanásia, o que o impressionou (p. 271):
“A cena chocava-me pelo desrespeito. Ambos os profissionais, o da Religião e o da Ciência, notavam situações meramente superficiais, incapazes de penetração nos sagrados mistérios da alma”.
O mentor de André Luiz iniciou o procedimento de desencarnação, mas Cavalcante lutava para permanecer vivo.
Iniciado o procedimento, Cavalcante começou a perceber a nova dimensão, momento em que entrou em desespero porque observou entidades que vampirizavam os outros doentes que estavam no mesmo quarto.
O médico, observando o estado de falecimento que não se consumava, decidiu dar-lhe injeção fatal, causando a morte.
Vejamos o relato (p. 280/281):
“(…). Sem qualquer conhecimento das dificuldades espirituais, o médico ministrou a chamada ‘injeção compassiva’, ante o gesto de profunda desaprovação do meu orientador.
Em poucos instantes, o moribundo calou-se. Inteiriçaram-se-lhe os membros, vagarosamente. Imobilizou-se a máscara facial. Fizeram-se vítreos os olhos móveis.
Cavalcante, para o espectador comum, estava morto. Não para nós, entretanto. A personalidade desencarnante estava presa ao corpo inerte, em plena inconsciência e incapaz de qualquer reação”.
E o mentor de André Luiz explicou (p. 281):
“A carga fulminante da medicação de descanso, por atuar diretamente em todo o sistema nervoso, interessa os centros do organismo perispiritual. Cavalcante permanece, agora, colado a trilhões de células neutralizadas, dormentes, invadido, ele mesmo, de estranho torpor que o impossibilita de dar qualquer resposta ao nosso esforço.”
“(…), somente nos foi possível a libertação do recém desencarnado quando já haviam transcorrido vinte horas, após serviço muito laborioso para nós. Ainda assim, Cavalcante não se retirou em condições favoráveis e animadoras. Apático, sonolento, desmemorizado, foi por nós conduzido ao asilo de Fabiano, demonstrando necessitar de maiores cuidados”.
E o mentor de André Luiz explicou que os medicamentos possuem propriedades eletromagnéticas que afetam as células do corpo físico e espiritual (p. 282):
“Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. (…). A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la”.
Em razão da injeção fatal, o corpo espiritual de Cavalcante foi diretamente afetado, o que causou um estado de inércia no “mundo espiritual”.
Observando estes fatos, André Luiz fez significativa observação (p. 283):
“(…). O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, (…). Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços a que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Bondade Imperecível. (…). Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se.”
III – Caso de Adelaide
Espírita, médium, dedicou-se a vida inteira à caridade e prática do Bem. Recebía orientação espiritual de Bezerra de Menezes.
Estava preparada para o desencarne, mas temia pelos companheiros que ficariam, porque ela coordenava todos os trabalhos de caridade.
Quando da viagem à casa de Fabiano, para preparação do corpo espiritual para o desencarne, Adelaide, junto com Fábio, possuía boa percepção do que acontecia.
Para que o desencarne fosse possível, foi agendada uma reunião com todos os integrantes do grupo de caridade de Adelaide, que foram levados durante o sono para o Abrigo de Fabiano, onde receberam a explicação de que era chegada a hora do falecimento da irmã Adelaide e que eles deveriam aceitar tal fato.
Após a reunião, o desencarne de Adelaide foi facilitado (p. 296):
“(…) extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. Privou-se o corpo carnal do permanente socorro magnético, ao qual afluxo dessas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital.”
E quem realizou o processo de desenlace do corpo espiritual? A própria Adelaide (p. 296):
“(…), rogou, tímida, que lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação dos laços mais fortes, em esforço pessoal, espontâneo.”
Assim foi feito, causando espanto à André Luiz que imaginava que não fosse possível. Seu mentor explicou:
“A cooperação de nosso plano é indispensável no ato conclusivo da liberação; todavia, o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido, durante a experiência terrestre, o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada”.
Na próxima aula encerramo o estudo do processo de desencarnação e analisamos como deveria ser um velório considerando o conhecimento espírita.
A tarefa de casa é composta por exercícios mentais e práticas edificantesque visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.
Sublimando nossos hábitos, alteramos a frequência de nossa vibração mental eelevamos nosso grau de consciência.
Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para fazer durante a semana são:
1º – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante (ver aula 01 e 02 no link “Exercícios mentais”).
2º – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (ver aula 03 e 04 no link “Exercícios mentais”).
3º – Meditar por CINCO minutos, ao menos três vezes na semana. Preferencialmente, meditar todos os dias por cinco minutos. Preferencialmente, orar antes. Preferencialmente, antes de dormir (principalmente para quem tem insônia). (ver aula 05 no link “Exercícios mentais”).
4º – Evitar o descontrole emocional (raiva, cólera, ira, etc). (ver aula 06 no lik “Exercícios mentais”).
5º – Paciência – Esperar 1 minutos antes de ficar impaciente.
6º – Indignar-se com serenidade.
7º – Ser generoso e solícito no dia a dia (no trabalho, na rua, trânsito, em casa, etc).
8º – Fazer Evangelho no Lar ao menos uma vez por semana (incentivamos realizar Evangelho no Lar nas quintas-feiras, dia que o Núcleo Espírita Amor e Paz, de Marília, realiza uma corrente de oração, entre 21h00min e 22h00min, faça no seu lar, com sua família).
9º – Ler uma vez por dia uma “mensagem edificante” de Espíritos Superiores (Emmanuel, André Luiz, Dr. Bezerra de Menzes, Memei, Joanna, etc).
10º – Estabelecer um hábito angular para rotina diária, auxiliando no “despertar” de nosso autocontrole e vigia de nossos pensamentos e atos diários.
11º Evitar ao máximo queixar-se de vida, analisando os fatos com resignação e confiança nas Leis Divinas, mantendo harmonia mental.
12º – Fazer caridade, participando ativamente de alguma atividade assistencial.
13º – Exercitar a indulgência (não observar, não comentar, não divulgar, defeitos alheios).
14º – Perseverar!
15º – Ser discreto nos atos da vida (particular e profissional).
16º – Desenvolver o nobre sentimento da compreensão, evitando criticar o próximo e aprendendo a ter tolerância com pensamentos diferentes e erros cometidos.
17º – Analisar criticamente os impulsos recebidos, seja do nosso inconsciente (hábitos – reflexos condicionados), seja de espíritos desencarnados.
18º – Elaborar o caderno de metas individuais e reforma íntima.
19º – Zela pela saúde do corpo físico, adotando uma alimentação equilibrando e a prática de exercícios físicos regulares no decorres da semana.
20º – Orar diariamente.
21º – Admirar a beleza da natureza e levar “vida” para nosso ambiente de casa e do trabalho, decorando-o com plantas, flores, quadros, etc.
Reconhecer o erro, sim.
Arrepender-se, sim.
Procurar corrigir o erro, sim.
“Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma”.
Brechas de sombra: aberturas mentais e queda do padrão vibratório, pelo qual passamos a ser subjulgados e influenciados por espíritos infelizes.
“E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abscesso mental (doença mental), envenenando-nos, pouco a pouco, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio”.
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