Seção: Estudo das Obras do Espírito André Luiz

Aula 12 – É correto alimentar-se de carne?

Hoje continuaremos o estudo do livro “Missionários da Luz”, quando André Luiz aborda a questão envolvendo o consumo de carne animal.

Além disso, aprenderemos mais um exercício mental: estabelecer um hábito angular.

1 – Segundo o Espiritismo (Allan Kardec) é correto alimentar-se de carne?

 

É correto comer carne animal?

 

Com certeza um dos temas mais polêmicos no movimento espírita é sobre a alimentação pela carne animal.

 

Muitos defendem que não é errado.

 

André Luiz, no livro “Missionários da Luz”, logo no início, fala sobre a alimentação pela carne animal. Então, hoje, vamos estudar um pouquinho disso para chegarmos à nossa conclusão.

 

Antes, vamos ver um vídeo chamado ‘Garçom Vegetariano’.

 

O vídeo tem o lado cômico, mas justamente porque brinca com o absurdo que é se alimentar de outra vida, de outro animal.

 

Mas, o Espiritismo é contra este consumo de carne? Isso que vamos tentar responder hoje.

 

O primeiro ponto a ser analisado é a questão 723 do Livro dos Espíritos:

Nº 723 – A alimentação animal, entre os homens, é contrária à lei natural?

Resposta: Na vossa constituição física a carne nutre a carne, de outra maneira o homem enfraquece. A lei de conservação dá ao homem um dever de entreter as suas forças e sua saúde para cumprir a lei do trabalho. Ele deve, pois, se alimentar, segundo o exige a sua organização.”

 

Este é o principal fundamento para aqueles que defendem a alimentação animal como algo normal e correto.

 

Junto com esta questão muitos afirmam que até mesmo Jesus Cristo se alimentou de peixes, sendo, então, correta a alimentação pela carne animal.

 

Vejamos.

 

O Espiritismo é uma doutrina de tríplice aspecto (filosófico, científico e moral/ religioso), cujo aspecto religioso funda-se numa FÉ RACIOCINADA (razão), ou seja, estimula o raciocínio e o livre-pensamento.

 

Assim, não podemos pegar uma questão respondida em 1850 e segui-la cega e simplesmente por todo o milênio, tal como o fazem fanáticos religiosos com costumes e preceitos dados em eras passadas.

 

A razão e o raciocínio lógico devem sempre imperar.

 

Vamos analisar todo o tema.

 

A citada questão encontra-se no capítulo sobre a “Lei de Conservação” e as perguntas foram feitas por volta de 1850.

 

Pois bem, primeiro, é necessário compreender que em 1850 a realidade social e médica/nutricional era totalmente diferente, não existiam profissões como “nutricionista” ou faculdades de engenharia de alimentos, fisiologistas, nutrólogos,  etc.

 

Apenas para ilustrar o que estamos narrando: o primeiro curso de nutrição e o primeiro curso de engenharia de alimentos no Brasil foram criados em 1967.

 

Com o desenvolvimento da tecnologia, dos estudos sobre a fisiologia do corpo humano e das formas de nutrição, houve diversas descobertas de novos alimentos que suprem as necessidades de nosso corpo físico.

 

 

Assim, vemos que quando os Espíritos responderam a pergunta, por volta de 1850, realmente a carne animal (aqui incluído carne vermelha e branca) era fundamental na nossa alimentação.

 

Nesse passo, a Lei da Conservação nos autorizava claramente a ingerir carne animal para manter a saúde física de nosso organismo, tanto que o próprio Jesus Cristo alimentou-se de peixes.

 

Esse é o primeiro ponto que precisamos ter em mente: a variedade de alimentos que proporcionam a correta nutrição e conservação de nossos corpos físicos, hoje, torna possível largamos a alimentação animal, o que era impossível ou quase impossível por volta de 1850, o que dirá há 2000 mil anos atrás…

 

Outro ponto que devemos meditar é que, na outra dimensão vibratória, nas chamadas colônias de transição, como “Nosso Lar”, a alimentação assume a feição principal de nutrição necessária ao corpo, mantendo o aspecto reconfortante, mas perdendo o aspecto de fonte de prazer exagerado.

 

Ora, se a colônia “Nosso Lar” é mais evoluída do que aqui e sabemos que ainda lá estamos nas faixas vibratórias do umbral, ou seja, que não é uma dimensão vibratória celestial, não há como negar que a alimentação precisa assumir o caráter primordial de nutrição, perdendo a natureza de fonte de prazer exagerado.

 

E, como sabemos, a mente é TUDO.

 

Assim, se você mantém o hábito de se alimentar de carne animal, você mantém sua mente viciada nesta espécie de alimentação e, além disso, a própria alimentação em si é carregada de vibrações densas, porque deriva da morte de outro ser vivo e aqui chegamos ao terceiro ponto que precisamos analisar.

 

No livro “Missionários da Luz”, após o assombro de André Luiz no que diz respeito ao fenômeno do vampirismo e da forma de alimentação destes espíritos que vampirizam os encarnados, temos as seguintes passagens que merecem nossa atenção (fls. 38 e seguintes):

 

“Porque tamanha estranheza? E nós outros, quando encarnados? Nossas mesas não se mantinham a custa das vísceras dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos proteicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos.”

 

Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente”.

“Os seres necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis”.

 

“(…) incapazes de discernir onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão”.

 

Se não protegemos nem educamos aqueles que o Pai nos confiou; se abusamos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar?

 

“(…), tempos virão, para a Humanidade Terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado”.

 

Após esta análise, podemos sim, concluir que o fim da alimentação da carne animal é a natural evolução do ser humano.

 

Porém, é necessário discernimento para entender que esta alimentação perdura em nossos hábitos há milênios, nossas mentes, nossos corpos espirituais e físicos estão condicionados/dependentes desta espécie de nutrição, sendo natural e necessário para alguns a passagem por uma fase de transição.

 

 

Vale dizer, devemos aos poucos diminuir a alimentação pela carne animal, até que estejamos aptos a viver sem ela.

 

Vejamos o que Chico Xavier explica ao ser questionado sobre o assunto no programa “pinga fogo” – vídeo de 1972:

 

Pelo vídeo, de 1972, vemos que Chico Xavier explica que para muitos ainda é necessária (sentido fisiológico) a alimentação pela carne animal. Vemos, também, que ele afirma a necessidade de procurar um médico para auxiliar na nutrição, caso queira parar de comer carne animal.

 

Percebam que ele deixa claro a necessidade de parar, mas, por ser um guia espiritual para milhões de pessoas, ressaltou a importância de um acompanhamento médico.

 

Além disso, novamente, precisamos entender que este vídeo é de 1972, ou seja, em 50 anos muito mudou e hoje, seguramente, com a ajuda de um profissional do ramo de nutrição e fisiologia é possível largamos ou diminuirmos a alimentação animal.

 

Questão 129 do Livro “O Consolador”:

Pergunta: “É um erro alimentar-se, o homem, da carne dos animais?”

Resposta: “A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivam numerosos vícios da nutrição humana. É de se lastimar semelhante situação”.

 

Comunicação recebida por Allan Kardec a respeito de Júpiter, considerado uma Mundo mais evoluído:

23. Qual a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal como aqui?
R: Puramente vegetal. O homem é o protetor dos animais.

 

Assim, vamos concluir o estudo com a certeza de que a evolução é realmente largarmos a alimentação da carne animal, cabendo a cada um estabelecer metas de como fazer isso, para esta vida ou para próximas, sabendo que toda perda de tempo é “perda”, como o próprio nome já diz…

 

O livre arbítrio existe para ser usado, mas tenhamos consciência de que a dádiva da Vida é aproveitá-la em todos os aspectos e em tempo integral para evolução de nossa mente, com mudanças de hábitos, até daqueles socialmente aceitos e considerados dentro da normalidade.

 

Vídeo da criança argumentando com a mãe porque não podem comer animais.

 

 

Importante termos em mente: precisamos alterar inúmeros hábitos e instintos, como egoísmo, maldade, vaidade, orgulho, prepotência, etc.

 

A alimentação é um deles e talvez um dos mais fáceis, porque implica no esforço de alterar nossa forma de nutrição. Alterar nossa natureza íntima demanda muito esforço e leva vidas, então, fica a dica: porque não darmos este passo no longo progresso que precisamos passar?

 

 

 

 

2 – Tarefa de Casa

A tarefa de casa é composta por exercícios mentais e práticas edificantes que visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.

 

Sublimando nossos hábitos, alteramos a frequência de nossa vibração mental e elevamos nosso grau de consciência.

 

Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para fazer durante a semana são:

 

1º – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante (ver aula 01 e 02 no link “Exercícios mentais”).

 

2º – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (ver aula 03 e 04 no link “Exercícios mentais”).

 

3º – Meditar por CINCO minutos, ao menos três vezes na semana. Preferencialmente, meditar todos os dias por cinco minutos. Preferencialmente, orar antes. Preferencialmente, antes de dormir (principalmente para quem tem insônia). (ver aula 05 no link “Exercícios mentais”).

 

4º – Evitar o descontrole emocional (raiva, cólera, ira, etc). (ver aula 06 no lik “Exercícios mentais”).

 

5º – Paciência – Esperar 1 minutos antes de ficar impaciente.

 

6º – Indignar-se com serenidade.

 

7º  – Ser generoso e solícito no dia a dia (no trabalho, na rua, trânsito, em casa, etc).

 

8º – Fazer Evangelho no Lar ao menos uma vez por semana (incentivamos realizar Evangelho no Lar nas quintas-feiras, dia que o Núcleo Espírita Amor e Paz, de Marília, realiza uma corrente de oração, entre 21h00min e 22h00min, faça no seu lar, com sua família).

 

9º – Ler uma vez por dia uma “mensagem edificante” de Espíritos Superiores (Emmanuel, André Luiz, Dr. Bezerra de Menzes, Memei, Joanna, etc).

 

Hoje, vamos nos propor aos seguintes exercícios mentais:

—   “estabelecer um hábito angular”

—  “acionar o autocontrole”.

 

Hábito angular é o chamado “hábito alavanca”.

 

Trata-se de um hábito que você decide adquirir e ele ativa sua mente para uma nova fase da vida, alterando outros hábitos.

 

Lembremos: nossa mente é nosso guia.

 

Precisamos aprender a discipliná-la e só iremos conseguir isso com o autocontrole de nossos atos (vontade – gerência esclarecida).

 

Uma pessoa descontrolada entra em evidente desarmonia mental, o que, como sabemos, reflete em seu campo mental, corpo espiritual e corpo físico.

 

Precisamos, em nossa vida cotidiana, manter nosso “alerta ligado” para acionarmos o autocontrole.

 

Isso porque, em razão de nossos hábitos, nossa mente está acostumada e condicionada a diversas práticas. Assim, não raras vezes, praticamos atos sem meditar a respeito, ou seja, muitos hábitos nossos são mantidos automaticamente, de forma condicionada.

 

Estudos norte-americanos revelados no livro “O Poder do Hábito” afirmam que 40% de nossas decisões diárias são tomadas sem o mínimo raciocínio, ou seja, de forma automática.

 

Assim, nem mesmo nos preocupamos em fazer a mudança efetiva de hábitos, porque não pensamos a respeito.

 

É necessário deixar a mente alerta e exercitar o autocontrole.

 

Para que isso dê certo, precisamos de uma estratégia que “ligue” nossa mente e nos deixem atentos.

 

Por isso, todos devemos estabelecer um “hábito angular”.

 

Aqui é importante que seja uma mudança efetiva, algo concreto, que implicará em real mudança, obviamente benéfica, como largar o cigarro, não beber mais cerveja, não comer mais carne animal, ou, vermelha, etc.

 

Esta proposta de mudança acionará sua mente para a importância de mudar, mantendo-a alerta, estimulando o raciocínio para outros hábitos que também buscamos mudar, facilitando nosso “auto controle”.

 

Isso referente à alimentação, à bebida, ao desequilíbrio emocional e todas as mazelas que possam atingir nossa harmonia mental.

 

Precisamos pensar e controlar nossos impulsos.

 

Quando conseguimos ficar alertar para aquilo que queremos mudar e acionamos o “autocontrole”, resistindo ao antigo hábito, a sensação de vitória é maravilhosa.

 

Até porque, conforme explica André Luiz (Mecanismos da Mediunidade, fls. 94/95):

 

“Temos plenamente evidenciada a autossugestão, encorajando essa ou aquela ligação, esse ou aquele hábito, demonstrando a necessidade de autopoliciamento em todos os interesses de nossa vida mental”.

 

E está dito no Evangelho Segundo Espiritismo:

“Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória” (fl. 180).

 

Necessitamos exercitar o autocontrole de nossos impulsos, muitos deles ligados à nossa animalidade (reflexos condicionais ao longo das vidas anteriores) e que nos deixam em sintonia com espíritos de inferioridade moral, afastando-nos da boa influência dos espíritos de luz.

 

Assim, as tarefas de casa para a semana são: escolher um “hábito angular” e exercitar ao máximo o “Autocontrole”!

 

Mensagem de Encerramento:

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8 Comentários

Lu Belline { 3 de abril de 2014 às 7:58 }

Bom dia! Breno, gostaria de saber se existe alguma informação do Mundo Espiritual sobre a mudança de nossa constituição física, desde o lançamento de “O Livro dos Espíritos”.
Grata, um abraço
Lu

Breno Costa { 4 de abril de 2014 às 8:23 }

Olá.
Do corpo físico? Não que eu saiba, até porque são poucos anos… 150 anos apenas, tres gerações… estamos em evolução, inclusive do veículo físico, mas 150 anos é muito pouco para notar algo.
O que evolui muito foi a ciência, inclusive a engenharia de alimentação. Hoje é possível suplementar qualquer proteína.
Abraços.

Rajid Jidar { 26 de setembro de 2014 às 20:09 }

Amigo Breno Costa.
Para se defender André Luiz, usa-se todo artifício possível. Quando os Espíritos dizem que a carne nutre a carne ele se refere ao nosso tipo de Mundo que é de expiação e provas, ou seja um mundo ainda muito atrazado. Logo, seja em 1850, 2000 ou 21oo, enquanto permanecermos como Mundo de Expiação e Provas, a situação será sempre a mesma. Veja por exemplo que existem animais herbívoros e que portanto não se alimentam de carne, enquanto outros, os carnívoros, se destroem uns aos outros. Será que Deus não cometeu um grande erro ao criar os carnívoros? Pergunte ao André Luiz o que ele acha disso?

Breno Costa { 26 de setembro de 2014 às 20:21 }

Olá amigo.
Eu não tenho mediunidade e/ou qualidade mediúnica o suficiente para conseguir conversar com André Luiz e/ou espíritos que trabalharam diretamente com nosso querido irmão Chico Xavier.
De qualquer forma, cada um tem sua opinião.
Não tenho a mínima pretensão de ser dono da verdade e fixar o que Deus pensa.
Porém, ao passar o conhecimento do meu estudo, tenho que fazê-lo sob minha ótica.
Respeito sua opinião, apenas não concordo.
Toda a minha fundamentação está no estudo, não preciso repeti-la aqui.
Fique com Deus.
Abraços,
Breno.

Marcia { 23 de outubro de 2014 às 11:29 }

Olá Breno,

Muito bom o seu texto, Parabéns!
A cada dia cresce mais o número de pessoas que deixam de se alimentar com carne de animais! Fico feliz com essa evolução porque sinto muita dó dos bichinhos!
Não como há dez anos e não sinto a mínima vontade de comer e sou saudável. Pois, comia com medo da carência nutricional e não por prazer, e hoje me cuido muito mais!

Um abraço,

Marcia.

Fernanda { 28 de maio de 2015 às 21:01 }

Oi Breno, muito bom o texto. Sou vegetariana há mais de 7 anos e posso afirmar que minha saúde também melhorou muito… pois comecei a me cuidar mais. Não sinto nenhuma falta da carne. Sinto que temos uma responsabilidade muito grande com nossos irmãos de outras espécies (que são seres sencientes) e que, também, podemos aprender muito com eles. Outro livro que fala muito do tema é o Fisiologia da Alma – Ramatis.

Maria Ivanez { 12 de outubro de 2020 às 21:00 }

Maravilhoso estudo, irmão Breno, Parabéns e muito obrigada por compartilhar os teus conhecimentos.
Muito bem embasados e no uso da lógica, da razão e do Bom Senso, exatamente como Allan Kardec nos ensina a pensar para melhor agir. Abraço fraterno.

Sandra { 24 de setembro de 2021 às 15:06 }

Sou vegana há muitos anos, não precisamos de carne não, na verdade cadáveres de animais não deveriam fazer parte da alimentação de espiritualistas, uma vez que já conhecem a importância das energias que ficam impregnadas em tudo que você toca. A energia do medo, do desespero e da angústia diante da morte, você ingere junto com o presunto ou com o bife, que era uma animal bonito antes de matarem ele. Você ingere a energia da morte dele, isso é espiritualmente saudável?! Deveria fazer parte da natureza humana a compaixão, a empatia por todos os seres vivos, já que animais nasceram para ser conduzidos por mãos humanas, não ser mortos por elas. São irmãos. Não, comida.

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