Por Orson Peter Carrara
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O site Clube dos Poupadores publicou interessante matéria sobre a dúvida de um leitor desesperado (não por doença, morte ou desemprego), que indagava – pois não conseguia encontrar uma resposta – se deveria viajar para a praia ou juntar dinheiro. A matéria tem o sugestivo título: “Viajar ou juntar dinheiro? E o desespero de uma escolha”.
O texto é muito valioso e sugiro ao leitor ler na íntegra. Não será difícil encontrá-lo com as facilidades atuais da internet, utilizando-se daquele título na pesquisa ou mesmo procurando no site indicado. Afinal os boletos vencem…
Na resposta, sem identificação da pessoa perguntou e com texto parcial da dúvida apresentada, representa bem a realidade do país e mesmo das circunstâncias individuais ou familiares diante da velha questão das finanças, os compromissos e os anseios e desejos.
Como traduz o texto, a pessoa que pergunta “(…) sofre um clássico conflito entre o QUERER, PODER e DEVER. (…)” a resposta sugere “(…) um teste sempre que estivermos diante de uma decisão, especialmente uma decisão envolvendo dinheiro e tempo. Esse teste consiste em fazer a seguinte pergunta diante da dúvida: Será que eu realmente quero? Será que eu realmente posso? Será que eu realmente devo? Será que precisa ser agora? (…)”. E na sequencia traz a íntegra do e-mail enviado ao site, seguido da resposta para o teste: “(…) Você quer ir para a praia? Claro que sim, quem não quer? Você pode ir para a praia? Sim, você tem dinheiro na sua reserva de emergência. Você deve ir para a praia? Não, sua reserva não serve para isso, mas no futuro é ela que vai garantir muitas viagens para a praia. Será que você precisa ir para a praia agora? Claro que não, tudo tem seu tempo e o tempo agora é de plantar e construir as bases…. (…)”.
A conclusão deve estar em nossas cogitações, pela realidade e utilidade que apresenta para pessoas e famílias: “(…) Estamos próximos dos meses de férias, festas de final de ano, black friday e outras motivações para gastar dinheiro. É ótimo ter dinheiro para gastar nesses eventos, mas primeiro você deve fazer o seu dever de casa. Precisamos nos habituar com a ideia de que compras e viagens devem ser eventos planejados, para que você não dependa do uso das suas reservas de emergência ou mesmo dos seus investimentos para o futuro como fonte de recursos. Lembre-se que nem tudo que eu quero eu posso… (…)”.
A expressão e consciência de eventos planejados é perfeita. Somente com planejamento podemos concretizar desejos com tranquilidade.
Afinal, as aflições são de duas origens: causas atuais (provenientes de causas variadas, entre as quais, do caráter, da conduta, da negligência, da indiferença ou acomodação, despreparo, ausência de planejamento, interesses calculados, imprevidência, orgulho, ambição, vaidade, excessos, vícios, entre tantas outras que podemos relacionar) e causas anteriores (que são aquelas que nos escapam ao entendimento da origem e ocorrência geradora nas experiências anteriores à atual que vivenciamos, sempre apresentadas com consequências de desvios morais ou descuidos da negligência, em desatenção à Lei de Amor que rege a vida).
Então, também as finanças podem se tornar motivo de aflição se não nos organizarmos. Um planejamento cuidadoso evita dissabores, nos faz enxergar com critério aquilo que queremos, podemos ou devemos… Isso porque a resignação, a paciência e o confiar no tempo – com trabalho nos objetivos que se deseja alcançar – são requisitos valiosos para encontrarmos serenidade. E claro, também, a felicidade!
Uma consulta ao capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo ampliará a visão sobre a questão. Lá estão os belos subtítulos Bem e Mal Sofrer, Tormentos Voluntários e O Mal e o Remédio, entre outros, inclusive o precioso A infelicidade real.
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