Seção: Autores Diversos Dr. Ricardo Di Bernardi

Entenda o que Aconteceu com o Cristianismo  

Por Dr. Ricardo Di Bernardi.

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Desde os primeiros relatos dos evangelistas até os dias de hoje, a história do cristianismo apresentou uma série de fatos altamente significativos, cuja compreensão permite o desenvolvimento de análises doutrinárias com base na realidade:

01) Até o ano de 70 d.C., Jerusalém centralizava a liderança,  passando posteriormente para Roma até o fim do século I.

02) Do ano de 270 até o ano  370, não existiam altares nas igrejas; a partir daí, com recursos “extraídos” dos fiéis,  foram criados os altares cada vez mais suntuosos.

 03 ) No ano de 400 d.C., foi instituído o sinal da cruz ao invés do peixe, alterando um símbolo por outro que expressava mais a questão física e o sofrimento material do que a essência espiritual dos ensinamentos.

04 ) Em 500 d.C., “criou-se” o purgatório.

05) Em 553 d.C., o 2º Concílio de Constantinopla condenou as opiniões de Orígenes, reencarnacionista e grande teólogo cristão, bem como as ideias palingenésicas (vidas sucessivas)  dos gnósticos. Esta atitude da Igreja levou a reações tais como a do cardeal Nicolau de Cusa que sustentou em pleno Vaticano, a pluralidade das vidas e dos mundos habitados, com a concordância do Papa Eugênio IV (1431-1447). Havia, e houve sempre, esse interesse em sepultar o conhecimento da reencarnação; então, ao invés de uma concepção simples e clara do destino, passou a ser necessária a criação de dogmas que lançaram a obscuridade sobre os problemas da vida, revoltando a razão e afastando o homem lúcido de Deus.

                    

          O 2° Concílio de Constantinopla, ao condenar a doutrina da reencarnação, considerou-a heresia. Passou-se, então, a perseguir seus adeptos com uma ferocidade inigualável. Curiosamente não estava o Papa  presente no Concílio. Aliás, aproveitando a oportunidade, lembramos que, com a justificativa da ausência papal, poderá a Igreja voltar atrás  quando quiser.

06 ) Valorização crescente do símbolo da Cruz que era o símbolo do sofrimento físico do Cristo. Em função da necessidade do domínio e exercício de autoridade sobre os fiéis, houve uma crescente valorização do sofrimento, ao invés do estudo da filosofia cristã.

07) Em 609 d.C., foi criado o culto à virgem Maria e a invocação dos “Santos”.

08) Em 610, o papado foi oficialmente estabelecido pelo imperador Focas, que outorgou a Bonifácio o título de Bispo Universal.

09) Em 787, estabeleceu-se o culto ou devoção às imagens, à cruz e às relíquias.

10) Em 998, criou-se a festa de “Todos os Santos” e a de “Finados”.

11) Em 1054, os gregos insatisfeitos com algumas posturas da igreja, criam a Igreja Ortodoxa Grega.

12) Em 1074, estabeleceu-se o celibato clerical, um verdadeiro atentado à natureza humana  gerando inúmeros sacrifícios, sofrimentos e desvios de religiosos sinceros.

13) Em 1200 inventa-se o rosário!

14) Em 1215 cria-se a confissão auricular, ao contrário dos tempos apostólicos que era pública (o que evitava a reincidência do “pecado”). Sem dúvida, a maior vítima passou a ser a mulher piedosa e sensível. Submeteu-se a longos interrogatórios íntimos, diante de um homem solteiro, muitas vezes traumatizado por um celibato mal resolvido pelo seu psiquismo. Lançam-se de joelhos as mulheres, crentes de estarem na frente do representante de Deus, aos pés de um   homem cheio   das   mesmas (ou maiores) fraquezas, na enganosa suposição de que o sacerdote é a representação da divindade…E daí…

15) Em 1264, institui-se a festa “Sagrado Coração de Jesus” e também a do “Santíssimo Sacramento”.

16) Em 1311, aparece a oração da Ave Maria (Santa Maria, mãe de Deus ao invés de mãe de Jesus).

17) Em 1414, inicia-se a institucionalização da Hóstia, ou Eucaristia. Sob as aparências de pão e vinho há o “milagre”, sob alegação de estes ingredientes conterem o corpo, o sangue, a alma e a divindade de Jesus Cristo, fenômeno que se renovaria em todas as missas.

18) Em 1517, Martinho Lutero reage contra os desvios do Cristianismo original e cria o cisma protestante.

19) Em 1529, organiza-se a Igreja Luterana.

20) Em 1533, surge a Igreja Anglicana Episcopal, instituída por Henrique VIII.

21) Em 1536, com Calvino, surge a Igreja Presbiteriana da França.

22) Em 1560, temos a Igreja presbiteriana escocesa com as famosas pregações de John Knox.

23) Em 1606, na Holanda, aparece a Igreja Batista de John Smith.

24) Em 1612, com Thomas Helwys surge também a Igreja Batista.

25) Em 1739, com John e Charles Wesley, cria-se a Igreja metodista na Inglaterra.

26) Em 1830, surge o dogma da Imaculada Conceição.

 

27) Em 1870, já com a autoridade bastante em descrédito, e tendo sofrido inúmeros cismas, a Igreja, não mais chamada de Cristã, mas de Católica Apostólica Romana,  resolve  decretar que o Papa era infalível, e assim, num esforço, deter o poder absoluto e inquestionável do papa sobre seus fiéis. O papa Pio IX promulgou o decreto da infalibilidade papal.    O referido decreto assinala a decadência e a ausência de autoridade do Vaticano, em face da evolução científica, filosófica e religiosa da humanidade.

Curiosamente, a igreja que nunca atribuiu um título real à figura do Cristo (desnecessário), assim que viu desmoronar o trono de absolutismo, com vitórias da República e do direito em todos os países desenvolvidos, criou a imagem do Cristo-Rei para o ápice dos seus altares.

 

          As fogueiras da Inquisição, que imolaram inúmeros corpos, não conseguiram reduzir às cinzas as ideias genuinamente cristãs. O conceito da reencarnação, respaldado por Jesus, ressurgiu depois em diversos movimentos como, por exemplo, através da doutrina espírita.

NOTAS DO AUTOR: Com referências as datas:

1) No item 4 – sobre a data de “criação” do Purgatório, em “O Céu e o Inferno” de A. Kardec, Cap. V, temos que “O Evangelho não faz menção alguma do purgatório, que só foi admitido pela Igreja no ano de 593″ (por Gregório I), diferente da  data citada.

 2) No item  13 é citado o ano de 1200 como o da invenção do rosário, mas uma outra fonte (“Documentário Secreto do Vaticano”, de Josué B. Paulino), traz como autor do rosário Pedro o ermitão, em 1090.

3) No item 14 é citado o ano de 1215 para o início da confissão auricular. Da mesma fonte anterior, extraio a data de 758 d.C. para a criação da confissão auricular pelas ordens religiosas do oriente.

4) Onde é citada a oração da “Ave Maria”, complemento que foi em 1317, por ordem de João XXII : todos são obrigados a rezar a “Ave Maria”.

5) no item  16 é citado o ano de 1414 para a instituição da hóstia.  Em “História dos Concílios Ecumênicos”, de Giuseppe Alberigo, tenho que a hóstia foi criação do Concílio de Trento, entre os anos de 1545 e 1563.

6) No item 26, é citado o ano de 1830 para o dogma da imaculada Conceição (concepção), mas de acordo com a fonte citada anteriormente, p.368, rodapé, foi no ano de 1854, pelo Papa Pio IX.

Agradecemos a contribuição do estudioso: José Ricardo Basílio da Cunha – SP, com referência as  6 notas acima.

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Sites do autor:

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