Seção: Estudo das Obras do Espírito André Luiz

Aula 38 – Livro Entre a Terra e o Céu – Parte III

Neste estudo continuaremos vendo como age a espiritualidade amiga em nosso dia a dia, auxiliando nas provas e resgastes, incluindo o que ocorre durante o sono, com desdobramentos (projeção da consciência).

No final, mais um exercício mental a ser posto em prática para auxiliar em nossa reforma íntima.

I – Revisão

Estudamos que o pensamento possui forças mentais coagulantes, que ajudam a materializar o desejo que alimentamos em nosso íntimo.

Na história do livro, vimos que uma oração refratada de Evelina atingiu as esferas do Nosso Lar, e Clarêncio, junto com André Luiz e Hilário, foram atender o pedido de socorro.

Na casa de Evelina encontraram sua madrasta, Zulmira, sendo obsediada pela mãe de Evelina, Odila, que havia desencarnado há tempos.

Entendemos que o quadro de obsessão era possível porque havia grande sintonia entre Zulmira e Odila, causado pelo enorme remorso mantido por Zulmira em razão de ter alimentando em seu íntimo o desejo de ver o pequeno Júlio morto e o fato realmente ter ocorrido.

Júlio era filho de Amaro e Odila, tendo se afogado quando Zulmira desejava que isso ocorresse, tendo agido, inclusive, com negligência ao deixar a pequena criança entrar no mar sem companhia.

Vimos que Júlio desencarnou daquela forma porque foi suicida em outra vida e precisava resgatar parte das dívidas resultantes e que foi levado para instituição apropriada à recepção de consciências que desencarnaram ainda novos na vida física. No caso de Júlio, ele ainda se encontrava doente e acamado na instituição, em razão de possuir extensa chaga no interior da garganta.

Clarêncio explicou que na penúltima vida física, Júlio ingeriu corrosivo tentando se matar. Mas, foi socorrido, não morreu e perdeu a voz. Logo depois, conseguiu se matar afogando-se.

Assim, a morte por afogamento da última vida física resgatou parte do ato impensado.

Conhecemos a casa de Dona Antonina, jovem mãe de três filhos e que foi abandonada pelo marido.

Na casa de Dona Antonina, André Luiz e Hilário encontraram um velhinho desencarnado que, após regressão mental induzida por Clarêncio, rejuvenesceu. Com a análise dos registros mentais deste personagem, foi possível conhecer seu nome na última vida física, Leonardo Pires, assim como verificar que ele foi traído pela namorada e matou o amigo infiel envenenado.

Vimos que Leonardo Pires evocou Lola, a namorada infiel e Dona Antonina apareceu na sala. Ela explicou que após o desencarne passou a vagar pela Crosta Terrestre até encontrar a família de Leonardo, que ainda estava encarnado, sendo que passou a conviver no ambiente familiar, vindo a reencarnar como neta dele.

Terminamos o estudo com Leonardo Pires evocando Esteves, o amigo assassinado por ele.

II – Outra Evocação e História de Novo Personsagem

Depois de intensa evocação de Leonardo Pires, novo personagem surgiu na sala.

André Luiz narrou que se tratava de um homem com idade aproximada de 35 anos e que estava desdobrado. Ou seja, era uma pessoa encarnada que, desdobrado durante o sono físico, atendeu a rogativa.

Clarêncio (p. 117): “Sob a positiva invocação de Leonardo, Esteves, parcialmente libertado do sono, comparece ao desafio. O repouso noturno favorece tais entendimentos, pela atração magnética mais intensivamente facilitada, quando o envoltório de matéria densa exige recuperação”.

Leonardo passou a ameaçar Esteves e Antonina rogou que não houvesse brigas.

Narração de André Luiz: “Semi-apavorado e pondo-se em guarda, sacudido pelas próprias reminiscências, o recém chegado respondeu, agressivo: Conheço-te e odeio-te… Assassina, assassino.”

No instante que iniciaria briga física entre Leonardo e Esteves, Clarêncio interferiu e pediu para que Esteves esquecesse o crime ocorrido.

Após acalmar os dois, Clarêncio, com a ajuda de outros trabalhadores espirituais que foram requisitados, levou Leonardo para instituição onde receberia o socorro necessário.

Antonina foi levada para o corpo físico e despertou após receber muitos passes magnéticos.

Esteves, após receber passes de Clarêncio, voltou para sua residência, sendo seguido pelo grupo de André Luiz.

Esteves, na nova encarnação, chamava-se Mário Silva, era enfermeiro, mesma profissão da última vida física.

Esteves/Mário Silva descreve as lembranças da noite do desdobramento para sua mãe durante o café da manhã, relatando como terrível sonho.

A mãe de Mario Silva/Esteves perguntou se a mulher do sonho não seria Zulmira e se o homem que ele sentiu muita raiva durante o sonho não seria Amaro.

Mário Silva/Esteves afirmou que poderia ser sim e, por meio do diálogo entre mãe e filho, foi revelado que Mário Silva/Esteves foi noivo de Zulmira (nesta vida, eles estão acordados conversando) e que ela o deixou para casar com Amaro.

“Ora mamãe, evitemos recordações sem proveito. Zulmira não deve reaparecer em minha memória e esse Amaro que ela desposou é um ponto negro em meu coração. Creio que o melhor sentimento para eles dois em minha vida íntima é o ódio com que os reúno em minha lembrança. Não desejo revê-los e, francamente, se eu soubesse que residiam aqui, em nossa vizinhança, decidiria nossa transferência para outro rumo…” (p. 123).

André Luiz se assustou com as revelações e Clarêncio explicou (p. 124):

“(…) Realmente, o nosso amigo foi noivo de Zulmira, a senhora obsidiada que conhecemos. Pretendia desposá-la, mas foi preterido no coração dela por Amaro, que lhe deve assistência e carinho. O passado fala no presente. Acham-se enredados numa teia de compromisso que lhes reclamam resgate.”

III – Evocações de Mário Silva/Esteves

No dia seguinte, voltaram para casa de Esteves/Mário Silva, que estava tentando dormir, pensando no sonho da noite anterior.

Mário Silva/Esteves divagava sobre a possibilidade de ter sonhado com Zulmira e Amaro. Seu pensamento era de intenso ódio.

Adormeceu pensando no desejo de encontrar com Amaro e revidar o sonho da noite anterior.

Observando a conduta mental do enfermeiro, Clarêncio explicou (fl. 128):

“A paixão cega sempre. Nossa vida mental é a nossa vida verdadeira e, por isso, quando a paixão nos ocupa a fortaleza íntima, nada vemos e nada registramos senão a própria perturbação”.

Com o corpo físico em estado de repouso, Mário Silva/Esteves desdobrou-se e correu para rua, “à maneira de louco”.

Logo passou a evocar Amaro.

Em razão da evocação intensa, Amaro, desdobrado, compareceu.

Amaro apareceu e fugiu ao ver-se ameaçado. Esteves/Mário o seguiu.

Iniciou-se o diálogo entre os dois. Amaro humilde e Esteves/Mário furioso em razão de ter perdido a noiva. Amaro explica que não sabia do noivado.

Em razão da serenidade de Amaro, Mário Silva perguntou:

“Mário Silva/Esteves: Não me reconheces, acaso?

Amaro: Sim, reconheço-te, és Mário Silva, pessoa a quem devoto consideração e respeito.

Mário Silva/Esteves: Consideração e respeito? Que deslavado fingimento! Onde a prova de apreço, se me arrancas a noiva, engodando-a com mentirosas promessas?”

Amaro explica para Esteves/Mário que sua vida tem sido muito sofrida, falando dos fatos que ocorreram.

Esteves/Mário riu de Amaro, falou que não perdoava pela falta e que iria se vingar. Amaro interrompeu o diálogo agressivo e começou a rezar pedindo auxílio.

Diante dos fatos, Clarêncio determinou que atendessem a rogativa de ajuda.

IV – A História de Amaro, Zulmira e Mário Silva/Esteves

Clarêncio se fez visível e aproximou-se de Esteves/Mário e iniciou passes para que ele recordasse do passado.

Esteves/Mário lembrou da vida física passada, quando roubou Lola/Antonina de Leonardo Pires e foi assassinado por este último.

Esteves/Mário se recordou também que casou com Lina e recebeu em sua casa dois amigos, Armando e Júlio.

Certo dia, surpreendeu Lina e Júlio juntos, abraçados como namorados.

“Compreenderão, acaso, a dor do homem que se vê irremissivelmente atraiçoado pela mulher em que se apoia para viver? Entenderão o incêndio que lavra no espírito flagelado de quem, num minuto, vê destruídas as esperanças da vida inteira?” (p. 139).

Mário Silva/Esteves explicou que, em razão de desilusão, resolveu ir embora de Assunção e tornou-se alcoólatra.

Clarêncio perguntou se obteve notícias de Lina.

“Lina, que passei a odiar, era demasiada cruel. Achava-me não longe de Assunção, depois de três meses sobre a mágoa terrível que me fora assacada, quando vim a saber que Júlio fora igualmente escarnecido por ela. Certo dia, de volta ao lar, encontrou-a nos braços de Armando, o outro amigo que parecia consagrar-nos estima fraternal.”

E explicou que Júlio, sendo menos fraco que ele, Mário, resolveu ingerir corrosivo para se matar, mas não conseguiu, tendo, então se suicidado mergulhando em águas profundas de um rio.

Após a narrativa de Mário/Esteves, Amaro se revelou como Armando, o último amante de Lina.

Clarêncio determinou que todos ouvissem Amaro/Armando.

Amaro explicou que ele, Júlio e Esteves eram amigos inseparáveis, sendo que quando conheceram Lina, ambos ficaram encantados. Amaro relata que censurou os pensamentos, mas Júlio se entregou à paixão que sentia.

Júlio passou a seduzir Lina, até que um dia ela se entregou.

Amaro narrou que Esteves o procurou, contando o golpe que recebera, quando Amaro/Armando o orientou a não apelar para violência.

Foi o que Esteves/Mário fez, afastando-se de Lina e indo para outro lugar.

Amaro/Armando passou a ser assediado por Lina e lutou para resistir, até mesmo isolando-se.

Em razão do assédio acabou não resistindo e Júlio os flagrou. Após a morte de Júlio, Amaro/Armando, com remorso, voltou para a guerra e depois fugiu de Lina, casando com outra no Rio de Janeiro.

Certo dia, voltando para casa com sua nova esposa, atropelou Lina que foi ao Rio de Janeiro à sua procura, acabando por falecer.

Amaro/Armando explicou que veio a encontrar Lina e Júlio na vida extrafísica em condições de sofrimento, percebendo a necessidade de resgatá-los. Planejou reencarnação neste sentido.

Quem é Lina? Veremos isso e muito mais semana que vem (próximo estudo)!

VII – Exercícios Mentais e Práticas Edificantes

A tarefa de casa é composta por exercícios mentais e práticas edificantesque visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.

Sublimando nossos hábitos, alteramos a frequência de nossa vibração mental eelevamos nosso grau de consciência.

Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para fazer durante a semana são:

1º – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante (ver aula 01 e 02 no link “Exercícios mentais”).

2º – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (ver aula 03 e 04 no link “Exercícios mentais”).

3º – Meditar por CINCO minutos, ao menos três vezes na semana. Preferencialmente, meditar todos os dias por cinco minutos. Preferencialmente, orar antes. Preferencialmente, antes de dormir (principalmente para quem tem insônia). (ver aula 05 no link “Exercícios mentais”).

4º – Evitar o descontrole emocional (raiva, cólera, ira, etc). (ver aula 06 no lik “Exercícios mentais”).

5º – Paciência – Esperar 1 minutos antes de ficar impaciente.

6º – Indignar-se com serenidade.

7º  – Ser generoso e solícito no dia a dia (no trabalho, na rua, trânsito, em casa, etc).

8º – Fazer Evangelho no Lar ao menos uma vez por semana (incentivamos realizar Evangelho no Lar nas quintas-feiras, dia que o Núcleo Espírita Amor e Paz, de Marília, realiza uma corrente de oração, entre 21h00min e 22h00min, faça no seu lar, com sua família).

9º – Ler uma vez por dia uma “mensagem edificante” de Espíritos Superiores (Emmanuel, André Luiz, Dr. Bezerra de Menzes, Memei, Joanna, etc).

10º – Estabelecer um hábito angular para rotina diária, auxiliando no “despertar” de nosso autocontrole e vigia de nossos pensamentos e atos diários.

11º Evitar ao máximo queixar-se de vida, analisando os fatos com resignação e confiança nas Leis Divinas, mantendo harmonia mental.

12º – Fazer caridade, participando ativamente de alguma atividade assistencial.

13º – Exercitar a indulgência (não observar, não comentar, não divulgar, defeitos alheios).

14º – Perseverar!

15º – Ser discreto nos atos da vida (particular e profissional).

16º – Desenvolver o nobre sentimento da compreensão, evitando criticar o próximo e aprendendo a ter tolerância com pensamentos diferentes e erros cometidos.

17º – Analisar criticamente os impulsos recebidos, seja do nosso inconsciente (hábitos – reflexos condicionados), seja de espíritos desencarnados.

18º – Elaborar o caderno de metas individuais e reforma íntima.

19º – Zela pela saúde do corpo físico, adotando uma alimentação equilibrando e a prática de exercícios físicos regulares no decorres da semana.

20º – Desenvolver o sentimento da Gratidão, agradecendo diariamente a Deus por todas as alegrias que possui, mesmo as pequenas.

21º – Orar diariamente.

22º – Admirar a beleza da natureza e levar “vida” para nosso ambiente de casa e do trabalho, decorando-o com plantas, flores, quadros, etc.

23º – Não alimentar sentimentos de culpa ou remorso. O arrependimento deve ser o primeiro passo, o segundo tem que ser corrigir o erro e aprender com ele e não ficar se auto condenando.

24º – Adotar, imediatamente, sem desculpas ou justificativas, as condutas edificantes catalisadoras de nossa reforma íntima e qualidade de vida.

25º – Evitar, durante o dia a dia, melindrar-se por bagatela (pequenas coisas).

26º – Programar sua semana, prevendo quando irá fazer exercícios físicos, oração, meditação, leitura edificante, estudo sobre espiritismo e intelectual, além das tarefas rotineiras da vida.

27º – Sermos otimistas no dia a dia e, ao mesmo tempo, resignados com os acontecimentos.

28º – Pensar e analisar antes de falar, regulando o tom de voz e evitando falar de forma agressiva e, até mesmo, palavrões.

29º – Sermos humildes efetivamente, no dia a dia, abafando a vaidade e o orgulho”.

30º – Orar, pedindo ajudar quando efetivamente precisamos (oração intercessória).

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