Continuação do estudo sobre a fantástica obra “Libertação”, quando André Luiz visita uma colônia espiritual nas regiões trevosas. Veremos como é esta colônia, bem como a existência de julgamento e o encontro entre Gregório e André Luiz.
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I – Revisão
Aprendemos que o chamado “Mundo Espiritual” é, na verdade, uma dimensão vibratória diferente da nossa, a qual é formada por infinitas faixas vibratórias.
Estudamos que em nosso próprio Planeta existem inúmeras faixas vibratórias, com inúmeros planos de existência, desde o núcleo do Planeta até a atmosfera, como se fossem camadas de uma cebola.
Vimos que a faixa vibratória mais sutil de nosso Planeta é habitada por pessoas que receberam o nome de “Imortais” no sentido de que não precisam mais encarnar no atual estágio de evolução da Humanidade, mas, mesmo assim, costumam nascer de novo na Crosta da Terra para ajudar na evolução do Planeta (em média, retornam à vida física a cada 700 anos).
De outro lado, aprendemos que existem seres que permanecem renitentes no caminho do Mal há milênios, habitam as faixas vibratórias mais densas do Planeta e são conhecidos pelo nome de “Dragões”. Mas, como visto, não são nada além de pessoas e que um dia voltarão a evoluir como todos.
Semana passada, vimos que um grupo formado por Andre Luiz, Gúbio e Elói, recebeu uma missão de Matilde, espírito mais evoluído que habita esferas sutis de nosso planeta. A missão é socorrer Margarida, filha de Gúbio em outra reencarnação e providenciar um encontro entre Gregório e Matilde, mãe e filho.
Gregório foi filho de Matilde em encarnação anterior e, revoltado por não receber o “céu” que a sua religião prometia, permaneceu muito séculos no caminho do mal, tornando-se o chefe da falange de espíritos inferiores que atacavam Margarida, a quem obsediava.
Terminamos o estudo com o grupo de André Luiz, após adensarem seus corpos perispirituais, entrando numa colônia localizada na faixa vibratória abismal.
II – A Colônia
Durante o caminho para entrar na cidade, André Luiz perguntou se havia governo estabelecido.
E Gúbio respondeu (p. 31, capítulo 4, livro Libertação):
“— Como não? Qual ocorre na esfera carnal, a direção, neste domínio, é concedida pelos Poderes Superiores, a título precário. Na atualidade, este grande empório de padecimentos regeneratívos permanece dirigido por um sátrapa de inqualificável impiedade, que aliciou para si próprio o pomposo título de Grande Juiz, assistido por assessores políticos e religiosos tão frios e perversos quanto ele mesmo.”
André, assustado, perguntou como Deus permitia tal absurdo.
“Gúbio: — Pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila uma nação humana quando, desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de si mesma, para que aprenda a integrar-se na ordem eterna que preside à vida universal. (…) se o Senhor visita os homens pelos homens que se santificam, corrige igualmente as criaturas por intermédio das criaturas que se endurecem.”
Ao entrar na cidade, Gúbio asseverou (p. 31):
“— Em qualquer constrangimento íntimo, não nos esqueçamos da prece. É, de ora em diante, o único recurso de que dispomos a fim de mobilizar nossas reservas mentais superiores, em nossas necessidades de reabastecimento psíquico. Qualquer precipitação pode arrojar-nos a estados primitivistas, lançando-nos em nivel inferior, análogo ao dos espíritos infelizes que desejamos auxiliar. Tenhamos calma e energia, doçura e resistência, de ânimo voltado para o Cristo.”
E começaram a andar pelas ruas da cidade, que era muito suja, tomada por pessoas com rostos amargurados, tristes, depressivos, raivosos. Muitos deles, mutilados, demonstrando grande desequilíbrio mental.
Lembremos que o corpo espiritual é moldado pelo campo mental/corpo mental. Aqueles que se encontram mutilados é porque assim se veem, sua mente assim projeta e modela o corpo.
André Luiz, espantado com a visão de tantas pessoas em estado deplorável, pergunta ao mentor sobre a hipótese de ajudá-los.
Gúbio explica que a pessoa, em qualquer parte, move-se no centro das criações mentais que desenvolveu ao longo dos anos. Assim, não é possível arrebatar entidade, levando-a para esfera superior, se ela própria ainda não sabe desejar isso.
Para entender a explicação de Gúbio, basta pensar em nós mesmos: queremos largar nossos vícios para viver numa esfera superior? A picanha suculenta, a cerveja gelada, o materialismo reinante (consumismo cada vez maior), dentre tantos outros vícios que ainda não sabemos largar em busca de uma vida muito melhor em esferas mais sutis, são algemas que nos mantêm presos a vivências inferiores.
Gúbio explica o estado mental das entidades que povoam a cidade, ainda vivendo num estágio entre a animalidade e o ser humano (p. 33, capítulo 4, Libertação):
“(…) Situam-se entre o raciocínio fragmentário do macacóide e a idéia simples do homem primitivo na floresta. Afeiçoam-se a personalidades encarnadas ou obedecem, cegamente, aos espíritos prepotentes que dominam em paisagens como esta. Guardam, enfim, a ingenuidade do selvagem e a fidelidade do cão (…).”
Percorrendo a cidade André Luiz notou que a ociosidade era regra, todos permaneciam parados, sem desenvolver qualquer espécie de trabalho ou estudo (p. 34):
Gúbio: “Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, (…). Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto.”
André Luiz nota que não há crianças na cidade (explicaremos o que ocorre com as crianças após o desencarne quando estudarmos o livro “Entre o Céu e a Terra”).
Após muito caminhar, chegaram em determinado bairro da cidade, totalmente diferente dos demais. Vejamos a descrição de André Luiz (p. 34/35):
“Subimos, dificilmente, a rua íngreme e, em pequeno planalto, que se nos descortinou aos olhos espantadiços, a paisagem alterou-se.
Palácios estranhos surgiam imponentes, revestidos de claridade abraseada, semelhante à auréola do aço incandescente.
Praças bem cuidadas, cheias de povo, ostentavam carros soberbos, puxados por escravos e animais.
(…)
Liteiras (espécie de cadeira) e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate (vermelho, obs nossa) exercia domínio, acentuando a dureza dos rostos que emergiam dos singulares indumentos.
Respeitável edifício destacava-se diante de uma fortaleza, com todos os característicos de um templo, e o orientador confirmou-me as impressões, asseverando que a casa se destinava a espetaculoso culto externo”.
Enquanto observavam as edificações, foram interpelados por homem de aparência desagradável, mas à maneira de policial (p. 35:).
“— Que fazem?
Gúbio: — Procuramos o sacerdote Gregório, a quem estamos recomendados.
O estranho pôs-se à frente, determinou lhe acompanhássemos as passadas, em silêncio, e guiou-nos a um casarão de feio aspecto.”
Nisso, apareceu Gregório, que fixou os olhos em Gúbio e iniciou o diálogo (p. 35/36):
Gregório: — Vieram da Crosta, há muito tempo?
Gúbio: — Sim, e temos necessidade de auxilio.
Gregório: — Já foram examinados?
Gúbio: — Não.
Gregório: — E quem os enviou? — inquiriu o sacerdote, sob visível perturbação.
Gúbio: — Certa mensageira de nome Matilde.
O anfitrião estremeceu, mas observou, implacável:
Gregório: — Não sei quem seja. Todavia, podem entrar. Tenho serviços nos mistérios e não posso ouví-los agora. Amanhã, porém, ao anoitecer, serão levados aos setores de seleção, antes de admitidos ao meu serviço.”
Conduzidos por entidade desagradável, André Luiz, Gúbio e Elói foram encaminhados para espécie de cela escura, onde deveriam aguardar até o dia seguinte.
III – O Exame e o Julgamento
No dia seguinte, foram encaminhados para local onde seria realizado uma espécie de exame de cada um deles, a fim de autorizar o contato direto com os sacerdotes.
Havia uma multidão a ser examinada.
E o instrutor do local explica (p. 36, capítulo 5):
— Presenciamos uma cerimônia semanal dos juízes implacáveis que vivem sediados aqui. A operação seletiva realiza-se com base nas irradiações de cada um. Os guardas que vemos em trabalho de escolha, compondo grupos diversos, são técnicos especializados na identificação de males numerosos, através das cores que caracterizam o halo dos Espíritos Ignorantes, perversos e desequilibrados. A divisão para facilitar o serviço judiciário é, por isto mesmo, das mais completas.”
Aproveitando que as entidades subordinadas a Gregório saíram de perto, André Luiz perguntou a Gúbio se aquelas pessoas haviam sido constrangidas a estarem ali ou se chegaram por espontânea vontade.
Gúbio explicou que muitas vieram pela atração vibracional, procurando o local onde possuíam afinidade vibracional, mas que muitas haviam sido sim trazidas após o desencarne, com a ressalva de isso ocorrer pela sintonia vibracional com entidades inferiores ao longo da vida.
Observando as pessoas, André Luiz permaneceu calado, aguardando novas ordens, até que o silêncio foi rompido (p. 37, capítulo 5):
“— Os magistrados! os magistrados! Lugar! lugar para os sacerdotes da justiça!”
Após diversos rituais, um dos magistrados dirigiu-se à multidão (p. 38, capítulo 5):
— “Nem lágrimas, nem lamentos.
(…)
Nossa função é a de selecionar delinquentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos.
Seguidores do vício e do crime, tremei!”
André Luiz reparou que a multidão estava hipnotizada, tremendo de medo e angústia.
E Gúbio ressaltou para André (p. 38, capítulo 5):
— O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo, não obstante usar, como vemos, a verdade contundente”.
E após mais algumas palavras fortes, a multidão se pôs a chorar, pedindo perdão.
Foi então que André Luiz narrou (p. 39):
“(…) vendo por minha vez aquele grande grupo de espíritos rebelados e humilhados, orgulhosos e vencidos, lastimando amargamente as oportunidades perdidas, recordei meus velhos caminhos de ilusão e — porque não dizer? — ajoelhei-me também, compungido, implorando piedade em silêncio”.
E iniciou o julgamento de uma mulher, determinando que ela comparecesse em frente aos magistrados.
Sobre a influência magnética do magistrado, rapidamente confessou seus crimes (p. 39):
“— Matei quatro filhinhos inocentes e tenros… e combinei o assassínio de meu intolerável esposo… O crime, porém, é um monstro vivo. Perseguiu-me, enquanto me demorei no corpo…”
Após a mulher confessar o seu crime na última vida física, foi submetida a uma regressão mental dos aspectos desta vida e começou a clamar por bebidas e prazeres.
O magistrado, observando aquela cena, falou para o povo que assistia ao julgamento (fl. 39, capítulo 5):
“Magistrado: — Como libertar semelhante fera humana ao preço de rogativas e lágrimas?”
Após, virou-se para ela e disse:
“— A sentença foi lavrada por si mesma! não passa de uma loba, de uma loba…”
André Luiz passou a descrever o que acontecia com ela (fl. 39, capítulo 5):
“À medida que repetia a afirmação, qual se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição do irracional mencionado, notei que a mulher, profundamente influenciável, modificava a expressão fisionômica. Entortou-se-lhe a boca, a cerviz curvou-se, espontânea, para a frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas.”
Assim, seu corpo espiritual assumiu o formato de uma loba.
Trata-se da chamada licantropia.
Fenômeno pelo qual a vítima, sob influência de grande poder magnético, hipnotizada, aceita que na verdade é determinado animal. O seu campo mental passa a expressar-se desta forma e o corpo espiritual, atendendo às diretrizes determinadas pelo corpo mental, altera seu aspecto externo.
A pessoa não virou animal.
Ela apenas está expressando na matéria do corpo espiritual (que é muito plástica e obedece facilmente ao comando da mente) aquilo que sua mente passou a acreditar ser.
Difere do ovóide na medida em que, como já estudado, este se refere à perda do corpo espiritual pela fixação da pessoa numa monoideia.
Na licantropia há a hipnose magnética e pode ser revertida pela própria pessoa ou por meio de socorro quer retire a hipnose.
Para aqueles que não se dedicam ao estudo aprofundado das obras espíritas, tal relato pode parecer fantasioso. Por isso é sempre bom ressaltar que, além da fonte ser idônea (André Luiz e Chico Xavier), ao longo dos últimos 60 anos, várias foram as obras espíritas que confirmaram a existência da licantropia.
Importante entender: o fenômeno somente ocorreu porque ela aceitou a sugestão hipnótica do magnetizador. Do contrário, não seria possível.
Após a transformação, gritos e lamentos começaram a ser ouvidos pela multidão, o medo dominava a todos. O magistrado determinou que se calassem; passou a invocar espíritos de outras esferas, ainda mais inferiores, para iniciar a seleção das pessoas que ali estavam.
Utilizando de aparelho específico, o grupo de espíritos que acorreu à invocação, passou a examinar a multidão, separando aqueles que haviam cometidos crimes na vida física, passando por várias e várias pessoas.
E finalmente chegou no grupo de André Luiz (p. 42, capítulo 5):
“— Entidades neutras.”
“Fixou-nos com penetrante fulguração de olhar, como se nos surpreendesse, mudo, as intenções mais profundas e passou adiante.”
Gúbio, após o exame, falou: “— Não fomos acusados. Ser-nos-á possível o engajamento no serviço desejado.”
Chegou ao fim o exame da multidão. Alguns foram levados e outros ficaram livres. O grupo de André Luiz foi transferido para um aposento onde “tudo desagradava a vista”.
O quarto possuía janelas com grades eletrificadas.
André Luiz ficava na janela, observando as pessoas passarem pela rua, sempre conversando sobre a vida física e as influências que exerciam sobre as pessoas encarnadas.
Gúbio esclareceu (p. 44, capítulo 6):
“A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre se acham nas zonas de contato conosco e a maior percentagem desses semi-libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração qual este em que nos movimentamos provisoriamente. Por aqui, muitas vezes se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne. Grandes crimes têm nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas.”
Sobre a vida naquela cidade, Gúbio esclareceu (p. 46, capítulo 6):
“A inteligência caída precipita-se, despenhadeiro abaixo, encontrando
sempre, nos círculos inferiores que elege por moradia, milhões de vidas inferiores, junto às quais é aproveitada pela Sabedoria Celestial para maior glorificação da obra divina. Na economia do Senhor, coisa alguma se perde e todos os recursos são utilizados na química do Infinito Bem. Aqui mesmo, nesta cidade, tínhamos, a princípio, autêntico império de vidas primitivas que, pouco a pouco, se fêz ocupado por extensas coletividades de almas vaidosas e cruéis.”
IV – O Encontro com Gregório
André Luiz, Gúbio e Elói foram levados para finalmente encontrar Gregório para uma conversa longa. Assim descreveu André Luiz (capítulo 8, p. 56):
“A sala em que fomos recebidos pelo sacerdote Gregório semelhava-se a estranho santuário, cuja luz interior se alimentava de tochas ardentes.”
“Sentado em pequeno trono que lhe singularizava a figura no desagradável ambiente, a exótica personagem rodeava-se de mais de cem entidades em atitude adorativa.”
Gregório determinou que todos saíssem para conversar somente com os três. Iniciou-se a conversa (p. 56, capítulo 8):
“Gregório: — Lembra-te de que sou juiz, mandatário do governo forte aqui estabelecido. Não deves, pois, faltar à verdade. (…). Em nosso primeiro encontro, enunciaste um nome… Repete-o!
Gúbio: — Matilde.”
Conforme narra André Luiz, o semblante de Gregório fez-se sombrio e angustiado, mas tentando disfarçar continuou o diálogo:
“Gregório: — Que tem de comum comigo semelhante criatura?
Gúbio: — Asseverou-nos querer-te com desvelado amor materno.
Gregório: — Evidente engano! Minha mãe separou-se de mim, há alguns séculos. Ao demais, ainda que me interessasse tal reencontro, estamos fundamentalmente divorciados um do outro. Ela serve ao Cordeiro, eu sirvo aos Dragões.
Gúbio — Respeitável sacerdote — obtemperou o nosso orientador, com grande surpresa para mim —, não te posso discutir os motivos pessoais. Sei que há uma ordem absoluta na Criação e não ignoro que cada Espírito é um mundo diferente e que cada consciência tem a sua rota.
Gregório: — Criticas, porventura, os Dragões, que se incumbem da Justiça? — perguntou Gregório, duramente.”
E o diálogo se desenvolveu com Gregório ressaltando a importância da Justiça aplicada pelos Dragões, tentando convencê-los que não existiria ordem na Terra, sem a severidade dos Dragões.
“E à maneira da pessoa culpada, que estima longas justificações, continuou, irritadiço:
Gregório: — Os filhos do Cordeiro poderão ajudar e resgatar a muitos. No entanto, milhões de criaturas, como sucede a mim mesmo, não pedem auxílio nem liberação. Afirma-se que não passamos de transviados morais – Seja – Seremos, então, criminosos, vigiando-nos uns aos outros.”
Após longos argumentos de Gregório, André Luiz traz uma nota interessante: “Não devemos esquecer que a argumentação procede de um Espírito poderoso nos raciocínios e que ainda não aceitou a iluminação do Cristo, idêntico, pois, a muitos homens representativos do mundo, obcecados pelos desvarios da inteligência.”
Gúbio, muito sereno, após toda a argumentação de Gregório, falou:
“Gúbio: — Grande sacerdote, eu sei que o Senhor Supremo nos aproveita em sua obra divina, segundo as nossas tendências e possibilidades de satisfazer-lhe os desígnios. (…). Todavia, respeitável Gregório, não admites que o amor, instalado nos corações, redimiria todos os pecados? não aceitas, porventura, a vitória final da bondade, através do serviço fraterno que nos eleva e conduz ao Pai Supremo? Se gastássemos nos cometimentos divinos do Cordeiro as mesmas energias que se despendem a serviço dos Dragões, não alcançaríamos, mais apressadamente, os objetivos do supremo triunfo?”
“Gúbio – (…) se nos lançássemos todos a socorrer os miseráveis, a miséria se extinguiria; se educássemos os ignorantes, a treva não teria razão de ser; se amparássemos os delinqüentes, oferecendo-lhes estímulos à luta regenerativa, o crime seria varrido da face da Terra.”
Após estas palavras, Gregório ficou furioso e gritou (p. 59, capítulo 8):
“— Cala-te! insolente! sabes que te posso punir!…”
Gúbio, sempre serenou, respondeu:
“Gúbio: Sim — concordou o nosso orientador, imperturbável —, suponho conhecer a extensão de tuas possibilidades. Eu e meus companheiros, à leve ordem de tua boca, podemos receber prisão e tortura e, se esta representa a vontade de teu coração, estamos prontos a recebê-las.”
Gregório, vendo a reação serena de Gúbio, se acalmou e determinou logo que ele dissesse o que queria.
Gúbio, para enorme assombro de André Luiz, pediu permissão para tentar resgatar Margarida do quadro de obsessão que se encontrava.
Gregório, contrariado, passou a meditar sobre o pedido.
Gúbio continuou a argumentar e, em certo momento, falou sobre a possibilidade de Gregório voltar à vida física como filho de Margarida.
Ele não gostou da hipótese e gritou que a volta à vida física era algo impossível, não aceitava de maneira alguma.
Mas Gúbio não desanimou e continuou a pedir permissão para tentar resgatar Margarida.
Gregório revelou (p. 61, capítulo 8):
“Gregório: — É muito tarde! O caso de Margarida está definitivamente entregue a uma falange de sessenta servidores a meu serviço, sob a chefia de duro perseguidor que lhe odeia a família. (…). Seria infrutífera qualquer tentativa liberatória. Os raciocínios dela vão sendo conturbados, pouco a pouco, e o trabalho de imantação para a morte estão quase terminados.”
Gúbio, sem alterar sua serenidade, pediu autorização para passar a fazer parte desta falange de espíritos do mal e, sem desrespeitar a autoridade de Gregório, tentar socorrer Margarida.
Após meditar bastante, Gregório aceitou. Chamou seus subordinados e determinou que André Luiz, Gúbio e Elói fossem integrados à falange que cuidava do caso de Margarida.
VI – Tarefa de Casa
A tarefa de casa é composta por exercícios mentais e práticas edificantesque visam despertar nossa atenção para a necessidade de alterar nossos hábitos, ajudando em uma efetiva reforma íntima.
Sublimando nossos hábitos, alteramos a frequência de nossa vibração mental eelevamos nosso grau de consciência.
Até agora, os exercícios mentais e as práticas edificantes que sugerimos para fazer durante a semana são:
1º – Afastar todo e qualquer pensamento não edificante (ver aula 01 e 02 no link “Exercícios mentais”).
2º – Sempre que passar por alguém emitir bons pensamentos (ver aula 03 e 04 no link “Exercícios mentais”).
3º – Meditar por CINCO minutos, ao menos três vezes na semana. Preferencialmente, meditar todos os dias por cinco minutos. Preferencialmente, orar antes. Preferencialmente, antes de dormir (principalmente para quem tem insônia). (ver aula 05 no link “Exercícios mentais”).
4º – Evitar o descontrole emocional (raiva, cólera, ira, etc). (ver aula 06 no lik “Exercícios mentais”).
5º – Paciência – Esperar 1 minutos antes de ficar impaciente.
6º – Indignar-se com serenidade.
7º – Ser generoso e solícito no dia a dia (no trabalho, na rua, trânsito, em casa, etc).
8º – Fazer Evangelho no Lar ao menos uma vez por semana (incentivamos realizar Evangelho no Lar nas quintas-feiras, dia que o Núcleo Espírita Amor e Paz, de Marília, realiza uma corrente de oração, entre 21h00min e 22h00min, faça no seu lar, com sua família).
9º – Ler uma vez por dia uma “mensagem edificante” de Espíritos Superiores (Emmanuel, André Luiz, Dr. Bezerra de Menzes, Memei, Joanna, etc).
10º – Estabelecer um hábito angular para rotina diária, auxiliando no “despertar” de nosso autocontrole e vigia de nossos pensamentos e atos diários.
11º Evitar ao máximo queixar-se de vida, analisando os fatos com resignação e confiança nas Leis Divinas, mantendo harmonia mental.
12º – Fazer caridade, participando ativamente de alguma atividade assistencial.
13º – Exercitar a indulgência (não observar, não comentar, não divulgar, defeitos alheios).
14º – Perseverar!
15º – Ser discreto nos atos da vida (particular e profissional).
16º – Desenvolver o nobre sentimento da compreensão, evitando criticar o próximo e aprendendo a ter tolerância com pensamentos diferentes e erros cometidos.
17º – Analisar criticamente os impulsos recebidos, seja do nosso inconsciente (hábitos – reflexos condicionados), seja de espíritos desencarnados.
18º – Elaborar o caderno de metas individuais e reforma íntima.
19º – Zela pela saúde do corpo físico, adotando uma alimentação equilibrando e a prática de exercícios físicos regulares no decorres da semana.
20º – Desenvolver o sentimento da Gratidão, agradecendo diariamente a Deus por todas as alegrias que possui, mesmo as pequenas.
21º – Orar diariamente.
22º – Admirar a beleza da natureza e levar “vida” para nosso ambiente de casa e do trabalho, decorando-o com plantas, flores, quadros, etc.
23º – Não alimentar sentimentos de culpa ou remorso. O arrependimento deve ser o primeiro passo, o segundo tem que ser corrigir o erro e aprender com ele e não ficar se auto condenando.
24º – Adotar, imediatamente, sem desculpas ou justificativas, as condutas edificantes catalisadoras de nossa reforma íntima e qualidade de vida.
25º – Evitar, durante o dia a dia, melindrar-se por bagatela (pequenas coisas).
26º – Programar sua semana, prevendo quando irá fazer exercícios físicos, oração, meditação, leitura edificante, estudo sobre espiritismo e intelectual, além das tarefas rotineiras da vida.
27º – Sermos otimistas no dia a dia e, ao mesmo tempo, resignados com os acontecimentos.
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Mensagem de Encerramento:
1 Comentário
Perfeito adorei uma paz sem explicação , muito obrigada pela LUZ !!!!!
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